Enquanto bolsonaristas acampam na frente de quartéis pedindo golpe no Brasil, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) os engana e se diverte. O deputado federal, flagrado assistindo ao jogo entre a Seleção Brasileira e o time da Suíça na Copa do Mundo do Catar, justificou sua viagem dizendo que foi ao emirado para entregar a autoridades estrangeiras "pen-drives" com arquivos revelando a "situação" de seu país.
Conforme revelou o DataFórum, nas redes sociais, a maior parte dos bolsonaristas acreditou na versão absurda dada por Eduardo Bolsonaro sobre sua ida ao Catar. A verdade, no entanto, é que o filho de Jair Bolsonaro, com sua esposa Heloísa e um grupo de amigos, estavam gozando de regalias durante o torneio de futebol.
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O grupo assistiu ao jogo entre Brasil e Suíça, na última segunda-feira (28), em uma área VIP do estádio 974 de Doha, que contava com um buffet de luxo de comidas "gourmet" e variedade de bebidas alcoólicas - o que é proibido nas arquibancadas, por exemplo. A área onde Eduardo Bolsonaro ficou só é acessível para convidados.
No mesmo dia em que aproveitavam de todo o conforto no espaço exclusivo, a esposa de Eduardo, Heloísa, chegou a fazer uma postagem no Instagram incentivando os atos golpistas no Brasil. Ela compartilhou um vídeo de um comentarista bolsonarista da Jovem Pan falando sobre o "recado importante" das "milhões de pessoas" que ocupam ruas pelo Brasil.
Até aliados questionam viagem
A justificativa de Eduardo Bolsonaro para a viagem ao Catar, falando sobre "pen-drives" com "denúncias" sobre o Brasil, não convenceu sequer aliados do bolsonarismo.
O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder da Bancada Evangélica, por exemplo, disse à jornalista Andréia Sadi, da GloboNews, que a ida de Eduardo à Copa é "totalmente desnecessária" e que representa um "desgaste" para o ainda presidente Jair Bolsonaro.
A jornalista informa, ainda, que também ministros de Bolsonaro tiraram sarro da desculpa de Eduardo. "Pen-drive para a Fifa? Fala sério", teria dito um deles.