O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, que tem prisão decretada no Brasil e está foragido nos EUA desde o ano passado, protagonizou um ato golpista, nesta segunda-feira (14), na porta do hotel onde Alexandre de Moraes e outros ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estão hospedados em Nova York.
De megafone na mão, aos berros e dizendo coisas desconexas, como “mentiram pra você sobre seus antepassados portugueses” e famílias de “oligopólios como a do FHC e a família Itaú (os fundadores do banco têm sobrenome Setúbal) derrubaram a monarquia para instaurar a República”, chamando-os de “golpistas”, ainda que estivesse pregando um ato golpista nas ruas da maior cidade norte-americana, o bolsonarista procurado que já esteve na lista da Interpol procurou engajar os poucos simpatizantes que conseguiu juntar na ‘Big Apple’.
“Deixa eu falar uma coisa pra vocês... Seria bom que você escute (sic), Alexandre de Moraes... Prestem muita atenção, tá? Mentiram pra vocês durante décadas, desde a mentira que os portugueses não foram nenhum benefício para o Brasil, porque foram nossos ancestrais... Toda vez que você for olhar sua árvore genealógica, ou a do seu amigo, do seu vizinho, você vai ver uma pessoa honesta... Os monopólios e os oligopólio, como por exemplo a família do FHC, a família Itaú, que já tinha monopólios de café, e que ajudou a derrubar a monarquia e instaurar a República... Esses golpistas estão até hoje no topo do poder no Brasil... Eles mentiram sobre o que os seus pais, os seus avós fizeram pra construir o país... Eles vivem dizendo que o povo brasileiro é um povo preguiçoso, que o povo brasileiro é um povo que não é ordeiro... Como é que você é preguiçoso indo trabalhar, pegando trem lotado às 5h da manhã, e não roubando? Porque essa é a maioria do povo brasileiro... Agora, quando você fica como advogado do PCC, que aqui nos EUA é grupo terrorista”, disse Allan, em meio a um pequeno grupo de golpistas vestidos de verde e amarelo que brindavam aos gritos suas palavras com “yes!”.
Allan dos Santos teve a prisão preventiva decretada por Moraes em 5 de outubro de 2021, por suspeitas de atuar nas milícias digitais do chamado “gabinete do ódio”, a equipe de redes sociais que espalha desinformação na internet e que tem os filhos do presidente Jair Bolsonaro (PL) como articuladores. A decisão do magistrado do STF foi tomada no âmbito do inquérito das fake news. Desde então, o blogueiro segue foragido nos EUA, para onde suspeita-se que escapou com a ajuda do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
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