O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), deu uma declaração enfática na abertura da LIDE Brazil Conference, a conferência realizada pelo grupo empresarial da família do ex-governador de São Paulo João Doria, em Nova York, nesta segunda-feira (14).
“O Poder Judiciário foi uma barreira intransponível para qualquer ataque à democracia e à liberdade”, começou afirmando o magistrado, que foi um pilar fundamental para barrar as intenções golpistas e criminosas do presidente derrotado Jair Bolsonaro (PL) e de seus radicais e violentos seguidores. Ele ainda foi claro em relação às suas intenções contra a matilha de extremistas que quase conseguiu descambar com a disputa eleitoral: "Quero trazer a lei para as redes".
Violência, aliás, que foi perpetrada contra a comitiva de ministros do STF que foi à maior cidade dos EUA participar do evento. Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram que bolsonaristas quase agrediram os juízes da corte mais alta do Judiciário brasileiro, chegando muito perto fisicamente deles, que eram acompanhados por guarda-costas cedidos pelo governo norte-americano.
“O Poder Judiciário atuou, sob comando do Supremo Tribunal Federal, para que a gente pudesse chegar às vésperas do final do ano com a democracia brasileira garantida. Nossa democracia foi atacada, aviltada, mas sobreviveu. Ela resistiu porque o país tem instituições fortes, um Poder Judiciário autônomo, tem juízes de todas as instâncias que respeitam a Constituição. Nossa bandeira é a defesa do estado democrático de direito e assim será”, disse Moraes, para aplausos da plateia.
Quem também expos ao mundo a truculência antidemocrática de Bolsonaro e de sua claque foi o ministro Luís Roberto Barroso, que ressaltou a urgência em acabar com o império da mentira implantado pelo futuro ex-presidente de extrema direita.
“O STF é a favor da Constituição Federal e das leis. Todos os presidentes têm queixas contra o STF. Porém, a única diferença é que nenhum presidente havia atacado o tribunal e seus ministros. Isso é uma convivência democrática. Nós não temos lado político, nosso lado é o da democracia... Mentir precisa voltar a ser errado de novo”, disparou.