O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, viajou aos Estados Unidos esta semana e realizou uma série de encontros com autoridades e representantes de organizações da sociedade civil do país para dialogar sobre o atual contexto político do Brasil e também para alertá-los sobre os crimes associados ao ainda presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL).
Na última quarta-feira (9), a convite da Washington-Brazil Office, ONG que promove relações entre a sociedade civil brasileira e organizações estadunidenses, Medeiros se reuniu com parlamentares, como Gregory Meeks, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados dos EUA, e Cori Bush, congressista e uma das líderes do movimento Black Lives Matter.
O dirigente, que faz parte da equipe de transição do presidente eleito Lula (PT), esteve ainda com diplomatas e dirigentes sindicais da Federação Americana do Trabalho e Congresso de Organizações Industriais (AFL-CIO).
O ponto alto da agenda internacional de Medeiros foi uma reunião com Maria Claudio Pulido, secretária-executiva da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). No encontro, Juliano Medeiros expôs o aumento da violência política no Brasil e os questionamentos do resultado eleitoral e atos golpistas que vêm sendo encampados por apoiadores de Bolsonaro.
Ele também ressaltou a importância de que os crimes associados ao ainda presidente, tanto no processo eleitoral como durante a pandemia do coronavírus, sejam investigados “até as últimas consequências”.
"Tive um resultado muito positivo desses encontros. Saí seguro de que a Corte está em alerta máximo sobre a situação do Brasil e que estão abertos às demandas que o PSOL possa apresentar em favor dos direitos humanos", disse Medeiros.
Sem anistia para Bolsonaro
Juliano Medeiros, entre os aliados do presidente eleito Lula, faz uma das defesas mais enfáticas a investigação e prisão de Jair Bolsonaro e seu núcleo político.
Em texto divulgado recentemente nas redes sociais, o presidente do PSOL se disse contra a anistia ao ainda presidente e pediu a responsabilização de "todos que colaboraram direta ou indiretamente com o caos promovido antes, durante e depois da eleição pela extrema-direita".
"Responsabilizar os membros do governo que permitiram que a máquina de mentiras e compra de votos fosse usada abertamente contra a democracia; responsabilizar os integrantes da PGR que prevaricaram tantas vezes diante dos crimes de Bolsonaro contra o sistema eleitoral", pontuou.
“Se depender de mim, não haverá anistia, perdão, arrego ou o quer que seja pra essa turma. Não podemos repetir 1979. Não dá pra passar uma borracha em quatro anos de crimes, ataques à democracia, violência política, disseminação do ódio e destruição das conquistas sociais", emendou.