O GOLPISMO BROXOU

Manso como nunca, Bolsonaro reconhece derrota em reunião fechada no STF: “Acabou”

“O presidente da República usou o verbo ‘acabar’ no passado. Acabou. Portanto, olhar para a frente”, relatou o ministro Edson Fachin

Créditos: Fernando Frazão / Agência Brasil
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Após quase 45 horas trancado no escuro em seu quarto no Palácio do Alvorada, em Brasília, e de um pronunciamento em que mal comentou as eleições e serviu para mandar mensagens de apoio velado a seus apoiadores que bloqueiam estradas pelo Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (PL) finalmente reconheceu a derrota nesta terça-feira (1). No entanto, pouca gente viu. A declaração ocorreu em reunião fechada com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

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O anúncio sequer veio ao público pela boca presidencial. Coube ao ministro Edson Fachin relatar para a imprensa. “O presidente da República usou o verbo ‘acabar’ no passado. Acabou. Portanto, olhar para a frente”, disse o ministro referindo-se a fala de Bolsonaro sobre o resultado das eleições.

Além de Bolsonaro e seu ministro Paulo Guedes, que o acompanhou, participaram da reunião a presidente do STF Rosa Weber, o decano Gilmar Mendes e os ministros Luiz Fux, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Nunes Marques e André Mendonça.

De acordo com relatos do jornal O Globo, o presidente teria adotado um tom cordial, manso e ameno durante a reunião, completamente diferente de como tratou com os ministros do STF ao longo do seu mandato. “Tratou-se de uma visita institucional, em ambiente cordial e respeitoso, em que foi destacada por todos a importância da paz e da harmonia para o bem do Brasil”, diz nota oficial do STF sobre a reunião.

Na disputa mais acirrada da história da Nova República, o presidente eleito foi Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que obteve 50,9% dos votos válidos e parte um inédito terceiro mandato. Com 49,1%, Bolsonaro é o primeiro presidente a não se reeleger desde que a reeleição é possível. O primeiro presidente reeleito foi Fernando Henrique Cardoso (PSDB), nas eleições de 1998.

Com a derrota, Bolsonaro perde o foro privilegiado a partir de primeiro de janeiro e uma série de acusações de corrupção, violação de direitos humanos, má gestão e prevaricação poderão ser investigadas sem que passem por seu aliado, o Procurador-Geral da República Augusto Aras, ou mesmo pela Câmara dos Deputados, onde o atual presidente Arthur Lira (PP-AL) ficou conhecido ao longo dos últimos por blindar o presidente.

*Com informações de O Globo.