Eleita deputada federal pelo Amapá, no dia 2 de outubro, a bolsonarista Silvia Waiãpi (PL) está sendo alvo de denúncia do Ministério Público Eleitoral por uso ilício de dinheiro público.
Conforme a representação, a candidata, de origem indígena, teria utilizado R$ 9 mil de recursos de campanha eleitoral para pagar um tratamento de beleza: uma harmonização facial em um consultório odontológico em Macapá.
A própria coordenadora de campanha de Silvia fez o registro da irregularidade. Ela teria recebido o valor em conta para pagar pelo procedimento feito em duas etapas.
A primeira em 29 de agosto, dia em que Silvia recebeu os recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC). A coordenadora destaca que fez o pagamento de R$ 9 mil a mando da então candidata, de acordo com informações de Carta Capital.
O procurador regional eleitoral, Pablo Luz de Beltrand, que assina a representação, diz que o MP pede que o diploma de deputada federal não seja expedido para Silvia. O que, na prática, significa que o documento deve ser cassado, o que a impossibilitaria de assumir a vaga de deputada federal.
Criticada pelos movimentos indígenas, Silvia defende Forças Armadas na política
A ex-oficial Silvia Waiãpi foi a primeira indígena a ingressar no Exército, em 2011. Bolsonarista, ela acredita que as Forças Armadas têm um papel fundamental na política indigenista do Brasil.
Por isso, Silvia é muito criticada pelos movimentos indígenas, porque o governo de Jair Bolsonaro (PL) sempre adotou uma política de desprezo às causas indígenas.
“O fato de uma deputada ter origem indígena não quer dizer que defenda as pautas coletivas dos povos. É impossível ter diálogo com quem defende o Bolsonaro”, afirmou a deputada Sônia Guajajara (PSOL-SP), em entrevista ao UOL.