O ex-senador e ex-chanceler Aloysio Nunes, um dos quadros históricos do PSDB, reagiu com indignação ao anúncio do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), de apoio a Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da eleição presidencial contra Lula (PT).
“É uma vergonha, é o fim do mundo. Esse apoio do Rodrigo ao Bolsonaro me constrange. Nem sei se constrange mais o PSDB. É um absurdo o partido ficar indiferente a essa ameaça à democracia que se avizinha”, declarou Nunes, em entrevista ao Estadão.
Ele avaliou como “masoquismo” o apoio do PSDB à candidatura do bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) no segundo turno da disputa ao governo de São Paulo, contra Fernando Haddad (PT).
Outros tucanos históricos, como Tasso Jereissati e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, defenderam e divulgaram apoio a Lula.
Secretários ameaçam demissão após Garcia declarar apoio a Bolsonaro
O apoio do governador Rodrigo Garcia a Bolsonaro no segundo turno das eleições causou reações de repúdio e um quase pedido coletivo de demissão de secretários. O presidente do Cidadania, Roberto Freire, cujo partido é coligado com os tucanos, declarou apoio a Lula e defendeu a expulsão de Garcia.
"Esse rapaz desmoraliza a democracia. Nunca foi PSDB. Poderia sair do partido e assumir sua posição política sem vergonha", escreveu Freire nas redes sociais.
Nem o candidato bolsonarista ao governo paulista, Tarcísio de Freitas, aprovou o apoio recebido pelo tucano. O candidato, que liderou o primeiro turno estadual, dispensou a declaração de apoio.
Entre os secretários que repudiaram a iniciativa de Garcia, estão o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e a economista Zeina Latif. Maia atua como secretário de Ações Estratégicas do governo e Latif é secretária de Desenvolvimento Econômico.
Eles teriam se irritado com a declaração de Garcia, uma vez que são críticos de Bolsonaro e o consideram uma ameaça à democracia. Chegaram a discutir sobre um pedido de demissão simultâneo.