A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) já tem respostas para o fracasso nas urnas de domingo (30), quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito pela terceira vez para ocupar a chefia do Estado brasileiro, colocando o atual ocupante do Palácio do Planalto em aviso prévio.
Para o núcleo duro do bunker bolsonarista que comandou as ações eleitorais que visavam a um segundo mandato para o líder de extrema direita, dois “fatos determinantes” acabaram conduzindo o candidato ao naufrágio na disputa, ainda que a diferença entre eles tenha sido apertada, por 1,8%.
O problema todo teria começado, segundo interlocutores, com a malfadada ideia de plantar a tal denúncia das inserções de rádio irregulares. Com cara de desculpa esfarrapada e de factoide, a teoria começou a ruir quando algumas informações vieram à tona: uma emissora era de uma bolsonarista fiel e outra pertencia ao pai do próprio ministro das Comunicações, Fábio Faria, e não haveria sentido que essas empresas tentassem beneficiar Lula. O fato de a tal empresa de auditoria não ser do ramo e ter feito um dossiê risível também contribuiu para que a “queimada de filme” se propagasse, deixando no ar uma clara impressão de que Bolsonaro queria aplicar um golpe na eleição.
Já na véspera da eleição, no sábado (29), um acontecimento bizarro teria sido o desastre final que culminaria na derrota de Bolsonaro, segundo sua campanha. A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), uma bolsonarista de primeira hora e extremamente radical, saiu pelas ruas do entorno da Avenida Paulista apontando uma pistola para um homem negro, eleitor de Lula, e dando tiros para o alto.
O assunto foi a grande pauta do dia que antecedeu o pleito e expos a face mais violenta e perigosa do bolsonarismo, transmitindo ao Brasil um aspecto de desespero total diante de uma derrota iminente do atual presidente em sua tentativa de reeleição.