A prática golpista do governo de Jair Bolsonaro (PL), com tentáculos na Polícia Rodoviária Federal (PRF), não é nova. Neste domingo (30), dia da votação do segundo turno, houve o desencadeamento de um imenso número de operações da corporação, principalmente no Nordeste, para impedir eleitores de chegarem aos locais de votação.
A ação faz parte de uma estratégia que já foi usada anteriormente. Em 2021, a empresa Combat Armor Defense do Brasil, cujo presidente é o estadunidense Daniel Beck, conhecido apoiador de Donald Trump, participante da marcha em Washington que terminou no dia 6 de janeiro na invasão do Capitólio, ganhou uma licitação de R$ 11,7 milhões para blindar veículos da PRF.
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A contratação foi por pregão eletrônico, para transformações de viaturas da Superintendência da PFR do Rio. A corporação é subordinada ao Ministério da Justiça. A empresa se instalou no Brasil em 2019, em Vinhedo (SP), após a eleição de Bolsonaro, de acordo com reportagem de Marcelo Godoy, no Estadão, à época.
Beck tinha feito campanha para a reeleição de Trump. Além disso, defendia o uso da ivermectina contra a Covid-19 e dizia que a maior epidemia do mundo é a de pedofilia e não a causada pelo coronavírus.
O empresário é filho do fundador da empresa, Doyle Beck. Ele estava ne reunião, em Washington, véspera da invasão do Congresso dos EUA.
Beck é amigo de Michael Lindell, CEO da empresa Mypillow, conselheiro de Trump. Lindell mantinha contatos, desde 2018, com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do atual presidente brasileiro.
No Brasil, a empresa pretende vender veículos blindados e blindagens para as polícias estaduais e para o Exército. A direção sempre demonstrou interesse nos Bolsonaros.