ELEIÇÕES 2022

Gleisi: Não tem como acreditar que eleitores do NE votaram, diretor da PRF é bolsonarista

“Com todo respeito ao TSE, mas não tem como acreditar na informação de uma PRF que o diretor-geral é militante da candidatura de Bolsonaro e postou seu voto na internet”, disse presidente nacional do PT

"Ninguém da campanha do bolsonaro reclamando das operações da PRF. Isso tem que ser investigado", diz Gleisi.Créditos: Ivan Longo / Revista Fórum
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A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se concentra neste domingo (30) no Hotel Intercontinental, em São Paulo, onde acompanha as apurações do segundo turno das eleições. Em um auditório nas dependências do hotel, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, comentou as mais de 500 operações da Polícia Rodoviária Federal realizadas em estradas brasileiras, especialmente no Nordeste. "Ninguém da campanha do Bolsonaro está reclamando das operações da PRF. Isso tem que ser investigado", disse.

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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que a PRF deveria se abster de fazer uma operação como essa, pois fizeram mesmo assim. Entramos com pedido no TSE para pedir a prorrogação do período de votação até as 19h nos locais onde aconteceram as mais de 500 operações, e prioritariamente no Nordeste. Conversei com lideranças da região e realmente houve essas operações”, disse Gleisi.

Em seguida, a presidente nacional do PT comentou a coletiva de Alexandre de Moraes (TSE) realizada a poucas horas, em que expôs os argumentos de Silvinei Vasques, o diretor-geral da PRF. Vasques disse a Moraes, que reproduziu na coletiva, que as operações estariam embasadas no código de trânsito brasileiro e que nenhum eleitor teria sido impedido de votar.

“Com todo respeito ao TSE, mas não tem como acreditar na informação de uma PRF que o diretor-geral é militante da candidatura de Bolsonaro e postou seu voto na internet. Os eleitores do Nordeste têm o direito de votar. Eleição se ganha no voto, não no crime ou no golpe”, declarou.

O deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) também falou com a reportagem da Fórum sobre o caso. “Todo voto é importante. Impedir um cidadão de exercer plenamente sua cidadania é um crime. Nós queremos aqui manifestar nossa indignação e pedir que seja feita uma apuração, uma investigação, pois estamos em uma república democrática”, disse.

Ele também criticou a condução da campanha do atual presidente e prometeu investigar Silvinei Vasques. “Sabemos que Bolsonaro usou as instituições, fez PEC eleitoreira para comprar votos. Nunca vi uma eleição com tanta compra de voto institucionalizada, e agora usaram a polícia – que é de Estado e não de governo – para impedir as pessoas de exercerem o seu exercício democrático. Vamos continuar apurando e investigando. Vou convocar na Câmara os Deputados o diretor-geral para dar explicações. Um servidor de Estado não pode fazer o que esse cidadão fez. Ele deve ser demitido imediatamente, vamos cobrar isso no Congresso”, afirmou.