O presidente da República eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um discurso apoteótico na Avenida Paulista, em São Paulo, por volta das 23h15 deste domingo (30), em comemoração à sua vitória. Para uma multidão colossal, o petista fez o que mais sabe, falar de forma emocionante, inflamada e conciliadora, diante de uma plateia alucinada de felicidade.
Nos aproximadamente 30 minutos em que discursou, depois de agradecer dezenas de figuras políticas que o apoiaram nessa corrida eleitoral, Lula classificou a disputa deste ano não como uma “eleição comum”, mas sim como uma luta “pela democracia” e pela “liberdade de todos os brasileiros contra o autoritarismo”. O vencedor do pleito nacional fez também uma menção toda especial às mulheres, que segundo ele “devem ser o que quiserem, estar onde quiserem e fazer o que quiserem”.
O líder de esquerda expressou sua preocupação com a volta de uma “integração do Brasil com o mundo”, porque o país “não pode seguir sendo um pária internacional”, posto a que foi lançado por Jair Bolsonaro (PL). Os nordestinos receberam um recado particular e honroso, a quem o futuro presidente chamou de “povo porreta”, que desde “Dilma e também em suas outras eleições” teve papel importante.
Lula lembrou o problema da fome e disse “que os brasileiros vão poder comer, fazer suas refeições”, prometendo acabar com o indicador horrendo que disparou durante a gestão do atual mandatário de extrema direita, depois de ter sido diminuído em seus governos. O racismo foi abordado pelo estadista, ao dizer que "ninguém é melhor do que ninguém", assim como os indígenas, a quem garantiu que "criará um Ministério dos Povos Originários".
Outro tema abordado foi a cultura. Lula disse que “o brasileiro é um povo alegre, que gosta de música, que gosta de samba, de festa” e lembrou que Bolsonaro declarou uma verdadeira guerra aos artistas e à arte do país. O presidente eleito citou igualmente a educação, dizendo que terá sim “Prouni e Pronatec” e que investirá no setor.
Por fim, Luiz Inácio Lula da Silva rogou por uma pacificação do Brasil, disse que tentaram “o enterrar vivo”, em alusão à toda perseguição política que sofreu durante a Lava Jato, quando ficou encarcerado por 580 dias, e disse que “Deus sempre foi muito bom com ele”.