O famoso bairro de Rio das Pedras, descrito pelo jornalista Bruno Paes Manso em seu livro ‘A República das Milícias’ como o berço de agumas das principais milícias da zona oeste do Rio de Janeiro, e zona eleitoral onde Jair Bolsonaro (PL) obteve sua vitória mais larga em 2018, dessa vez optou pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista teve 59,72% no bairro contra 29,5% do atual presidente, surpreendendo o país que acompanhou ansioso as apurações noite do último domingo (2).
Por outro lado, em todo o município do Rio de Janeiro, a vitória de Bolsonaro foi ampla. O presidente fez 51% dos votos contra 40% de Lula, e, além de Rio das Pedras, único bairro da zona oeste que preferiu o PT, o ex-presidente também venceu em todos os bairros da zona sul, na maioria do centro da cidade que é menos povoado, e dividiu a zona norte com seu adversário. As vitórias lulistas na Tijuca e no Maracanã, além de Rio das Pedras, foram os grandes destaques da esquerda na capital fluminense.
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Apesar de vencer na cidade onde vota, Bolsonaro registrou uma queda de 234 mil votos em relação às últimas eleições presidenciais. Na ocasião ele ganhou em todas as zonas eleitorais. O Rio de Janeiro costuma ser generoso com o atual presidente desde quando se candidata para a Câmara dos Deputados.
Outro revés de Bolsonaro no Estado do Rio de Janeiro foi a não eleição de uma série de aliados, entre eles, Fabrício Queiroz que se candidatou a deputado estadual pelo partido (PTB) do “padre” Kelmon, não reconhecido por nenhuma igreja, e de Daniel Silveira, que esteve preso por ameaças a ministros do Supremo. Envolvido no escândalo das rachadinhas que contou com os famigerados cheques depositados para a primeira dama, Michelle Bolsonaro, Queiroz recebeu apenas 6 mil em todo o Estado e ficou de fora da Alerj (Assembleia Legistativa do Rio de Janeiro). O ex-subtenente da Marinha, Waldir Ferraz (PL), que já foi assessor e amigo de Bolsonaro, mas que confirmou à Revista Veja as informações sobre as rachadinhas do gabinete de Flávio, perdeu muitos votos e não foi eleito. Ele não chegou a somar 3 mil votos.
Outro que perdeu eleitores foi Hélio Lopes (PL), apoiador do presidente que se elegeu sob sua sombra em 2018 com mais de 345 mil votos e que neste ano emprestou o sobrenome presidencial durante a campanha. Ele foi eleito. No entanto obteve 131 mil votos, quase dois terços a menos do que quatro anos atrás.
*Com informações do Extra.