Em entrevista ao Fórum Onze e Meia desta segunda-feira (3), o deputado federal reeleito, Alexandre Padilha (PT), criticou a iniciativa de Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados de perseguir os institutos de pesquisas.
O líder de Bolsonaro na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), inclusive, anunciou que vai apresentar projeto de lei para criminalizar os institutos que errarem projeções. A proposta deve ser apresenta ainda nesta segunda (3).
Além disso, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou ter conversado com os deputados Carlos Jordy (PL-RJ) e Paulo Martins (PL-PR) para começar a coletar assinaturas e abrir uma Comissão Parlamentar e Inquérito (CPI) para investigar os institutos de pesquisas, em mais uma clara ação de intimidação.
“É tática bolsonarista colocar tudo no mesmo esgoto. Eles fazem um festival disso", afirmou Padilha, se referindo ao fato de que o presidente e seus apoiadores não separam os institutos sérios dos que não transmitem credibilidade. "Eles têm extrema dificuldade em lidar com questões que existem a partir das evidências científicas. Questionam tudo. O Bolsonaro começou o governo querendo acabar com o IBGE, eles duvidam dos números da fome”, exemplificou Padilha.
O deputado reconheceu que houve erros em estudos realizados pelas instituições. “Os institutos têm dificuldade de captar o movimento orgânico dos eleitores que acontece na reta final. Quando fui candidato ao governado de São Paulo, em 2014, na quinta-feira antes da votação, eu tinha 11%, 12% das intenções de voto, segundo algumas pesquisas. No final, tive 19%", destacou o parlamentar, ressaltando a importância de os institutos aprimorarem os estudos.
Líder de Bolsonaro ameaça institutos: “pena alta, não só de cadeia, como de indenização”
Em tom de ameaça, o líder do governo Bolsonaro na Câmara declarou: “Não dá mais para fazer pesquisa fria com tanto descaramento. Pesquisa publicada na véspera da eleição cujo resultado não coincida dentro da margem de erro é crime”, declarou Ricardo Barros, em entrevista ao UOL, ainda no domingo (2). Seu projeto prevê uma “pena alta, não só de cadeia como de indenização”.