ELEIÇÕES 2022

CPI das Pesquisas: “É tática bolsonarista colocar tudo no mesmo esgoto”, diz Padilha

Um dia após o primeiro turno das eleições, Bolsonaro e seus aliados iniciam perseguição e querem criminalizar institutos de pesquisas

O deputado Alexandre Padilha.Créditos: Agência Câmara
Escrito en POLÍTICA el

Em entrevista ao Fórum Onze e Meia desta segunda-feira (3), o deputado federal reeleito, Alexandre Padilha (PT), criticou a iniciativa de Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados de perseguir os institutos de pesquisas.

O líder de Bolsonaro na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), inclusive, anunciou que vai apresentar projeto de lei para criminalizar os institutos que errarem projeções. A proposta deve ser apresenta ainda nesta segunda (3).

Além disso, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou ter conversado com os deputados Carlos Jordy (PL-RJ) e Paulo Martins (PL-PR) para começar a coletar assinaturas e abrir uma Comissão Parlamentar e Inquérito (CPI) para investigar os institutos de pesquisas, em mais uma clara ação de intimidação.

É tática bolsonarista colocar tudo no mesmo esgoto. Eles fazem um festival disso", afirmou Padilha, se referindo ao fato de que o presidente e seus apoiadores não separam os institutos sérios dos que não transmitem credibilidade. "Eles têm extrema dificuldade em lidar com questões que existem a partir das evidências científicas. Questionam tudo. O Bolsonaro começou o governo querendo acabar com o IBGE, eles duvidam dos números da fome”, exemplificou Padilha.

O deputado reconheceu que houve erros em estudos realizados pelas instituições. “Os institutos têm dificuldade de captar o movimento orgânico dos eleitores que acontece na reta final. Quando fui candidato ao governado de São Paulo, em 2014, na quinta-feira antes da votação, eu tinha 11%, 12% das intenções de voto, segundo algumas pesquisas. No final, tive 19%", destacou o parlamentar, ressaltando a importância de os institutos aprimorarem os estudos.

Líder de Bolsonaro ameaça institutos: “pena alta, não só de cadeia, como de indenização”

Em tom de ameaça, o líder do governo Bolsonaro na Câmara declarou: “Não dá mais para fazer pesquisa fria com tanto descaramento. Pesquisa publicada na véspera da eleição cujo resultado não coincida dentro da margem de erro é crime”, declarou Ricardo Barros, em entrevista ao UOL, ainda no domingo (2). Seu projeto prevê uma “pena alta, não só de cadeia como de indenização”.