Luan Araújo, o jornalista de 32 anos atacado por grupo armado composto pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e seus assessores na tarde deste sábado (29), em São Paulo, disse em depoimento para a Folha que não empurrou a bolsonarista. Luan voltava de um chá de bebê quando viu a deputada pedindo voto em Tarcísio Freitas (Republicanos) e então a xingou.
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Foi quando os seguranças começaram a filmá-lo que Luan soltou a frase que desencadeou a ira da deputada: “Te amo espanhola”. A história de que Zambelli teria sido prostituta no país europeu talvez não seja real, mas as reações desproporcionais da deputada quando alguém faz a insinuação podem dar a entender o contrário.
Ela já ‘perdeu a linha’ contra o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), e também com a ex-aliada e também deputada Joyce Hasselmann (PSDB-SP), quando lembrada do caso. Na vez de Hasselmann foi ainda pior, pois a tucana teria afirmado que foi o próprio presidente Jair Bolsonaro (PL) quem lhe teria contado a história.
Dessa vez, Zambelli perdeu as estribeiras contra um cidadão comum. Tropeçou em si mesma enquanto sacou a arma, mas se manteve em pé e correu na direção do homem. Um tiro foi disparado por um dos seus assessores de acordo com imagens gravadas por testemunhas da confusão. “Não sei se a bala passou perto da minha perna, mas senti ela vindo”, contou Luan.
"Eu fiquei realmente assustado e comecei a sair correndo porque eu comecei a temer —não ser preso, porque eles não são policiais, mas pela minha vida. Ouvi um tiro e não sei se passou perto da minha perna, mas eu senti a bala chegando perto. E saí correndo do bar. Eles tentaram me colocar no chão, como se fossem policiais mesmo," contou o homem à Folha.
O homem se recusou a ir para o chão: “Você não é policial”, disse para os bolsonaristas armados. Luan ainda declarou que teve medo de ser morto pelos fascistas que andam livremente armados pelas ruas e deixa claro que não representa a nada nem a ninguém, apenas a si mesmo, na discussão transcorrida. “Fui eu como um cidadão negro que discuti com ela. Não foi ninguém, não foi PT. Fui eu, um cidadão comum”, concluiu.
*Com informações da Folha.