A campanha de Jair Bolsonaro (PL) entregou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta terça-feira (25), um relatório, com arquivos armazenados em pastas no Google Drive, para tentar provar a "denúncia" de "fraude" nas inserções de rádio do horário eleitoral gratuito em emissoras de todo o país, especialmente no Nordeste.
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O ministro das Comunicações, Fábio Faria, havia alardeado na segunda-feira (24) tal denúncia e encaminhado ao TSE um relatório produzido a partir de uma suposta auditoria feita pela empresa Audiency. Acontece que a empresa em questão não trabalha com auditoria mas, sim, com marketing político.
O presidente da Corte, Alexandre de Moraes, porém, definiu a ação como “relatório apócrifo” e "sem provas", ameaçando seus autores com inquérito por crime eleitoral se ficar comprovado que a atitude é mentirosa e voltada apenas a tumultuar as eleições. Ele exigiu que fossem entregues "provas robustas" da suposta fraude num prazo de 24 horas.
A campanha de Bolsonaro, então, entregou o novo relatório no limite do prazo. Fábio Faria havia falado em mais de 154 mil inserções a mais a favor de Lula nas rádios em questão, mas no novo material enviado são citadas apenas cerca de 700.
Além disso, o relatório encaminhado ao TSE está muito longe de ter as características de uma análise produzida por auditoria, o que pode invalidá-lo como prova. Em um do anexos, há links para pastas armazenadas no Google Drive com nomes de rádios e horários das inserções, para que o próprio tribunal busque, nas listas imensas, eventuais irregularidades.
O TSE, agora, vai analisar o material. Caso não sejam identificadas as provas citadas pela campanha de Bolsonaro, os autores da ação podem responder a inquérito por crime eleitoral.