ELEIÇÕES 2022

Bolsonaro entrega ao TSE arquivos em Google Drive para "provar" suposto dano em inserções de rádio

Alexandre de Moraes havia dado 24 horas para campanha de Bolsonaro apresentar "provas robustas" sobre "fraude" alegada em inserções de programa político em rádios, caso contrário, responderia por crime eleitoral

Jair Bolsonaro e Fábio Faria.Créditos: Palácio do Planalto
Escrito en POLÍTICA el

A campanha de Jair Bolsonaro (PL) entregou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta terça-feira (25), um relatório, com arquivos armazenados em pastas no Google Drive, para tentar provar a "denúncia" de "fraude" nas inserções de rádio do horário eleitoral gratuito em emissoras de todo o país, especialmente no Nordeste. 

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O ministro das Comunicações, Fábio Faria, havia alardeado na segunda-feira (24) tal denúncia e encaminhado ao TSE um relatório produzido a partir de uma suposta auditoria feita pela empresa Audiency. Acontece que a empresa em questão não trabalha com auditoria mas, sim, com marketing político. 

O presidente da Corte, Alexandre de Moraes, porém, definiu a ação como “relatório apócrifo” e "sem provas", ameaçando seus autores com inquérito por crime eleitoral se ficar comprovado que a atitude é mentirosa e voltada apenas a tumultuar as eleições. Ele exigiu que fossem entregues "provas robustas" da suposta fraude num prazo de 24 horas. 

A campanha de Bolsonaro, então, entregou o novo relatório no limite do prazo. Fábio Faria havia falado em mais de 154 mil inserções a mais a favor de Lula nas rádios em questão, mas no novo material enviado são citadas apenas cerca de 700.

Além disso, o relatório encaminhado ao TSE está muito longe de ter as características de uma análise produzida por auditoria, o que pode invalidá-lo como prova. Em um do anexos, há links para pastas armazenadas no Google Drive com nomes de rádios e horários das inserções, para que o próprio tribunal busque, nas listas imensas, eventuais irregularidades

O TSE, agora, vai analisar o material. Caso não sejam identificadas as provas citadas pela campanha de Bolsonaro, os autores da ação podem responder a inquérito por crime eleitoral