O ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, em entrevista ao Jornal da Fórum nesta segunda-feira (24), avaliou que o atentado do bolsonarista Roberto Jefferson contra agentes da Polícia Federal pode representar o "enterro político" de Jair Bolsonaro (PL).
Jefferson foi preso na noite de domingo (24) após atirar granada e disparar com fuzil contra a viatura da PF em sua casa no Rio de Janeiro. Os policiais cumpriam mandado de prisão e dois agentes ficaram feridos após o ataque do ex-deputado. Antes da prisão ser efetivada, no entanto, o bolsonarista conversou amigavelmente com policiais e teve a ajuda do ministro da Justiça, Anderson Torres.
Genoino, antes de avaliar os efeitos do ato de Jefferson, relembrou que o ex-deputado foi personagem central no governo de Fernando Collor e que "foi uma peça utilizada pela grande mídia e classe dominante, PSDB e PFL, para atacar o PT quando ele produziu a narrativa do mensalão".
"Agora, ele se apresenta novamente na cena política, representando provavelmente o enterro político do inominável [Jair Bolsonaro], que foi eleito a partir do golpe de 2016", analisou o petista.
Eleições
Sobre o segundo turno da eleição, a ser realizado no próximo dia 30, Genoino se diz "otimista" com uma vitória do ex-presidente Lula e avalia que o episódio de Roberto Jefferson vai "desgastar" a campanha de Bolsonaro. O petista ainda alerta: "Se ele [Bolsonaro] for reeleito, o Brasil vai entrar num regime protofascista".
Genoino considera que essa "é a eleição mais importante da história da República" e, apesar do otimismo, pondera: "Temos que botar os pés no chão e não desperdiçar um dia, uma hora, uma semana".
Sobre o pós-eleição, Genoino avalia que, mesmo se Bolsonaro for derrotado, a violência política continuará a existir. "Essa força que botou a cara para fora vai continuar existindo, mesmo com Bolsonaro perdendo a eleição. Temos que trabalhar muito por um novo processo histórico (...) Isso [a violência bolsonarista] não é um relâmpago no céu azul. Eles têm raízes históricas. Portanto, estamos em uma encruzilhada no sentido de construir um futuro", pontua.
Assista à integra da entrevista