DIREITOS DE RESPOSTA

VÍDEO: Lula diz que "não tem acordo" com Bolsonaro após proposta de Moraes; entenda

Petista afirma ainda que "quantidade de mentira, asneiras e invenções" por parte da campanha de Bolsonaro é "um negócio que não tem precedente”

Lula durante coletiva de imprensa em Juiz de Fora (MG).Créditos: Reprodução
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O ex-presidente Lula (PT) recusou nesta sexta-feira (21) proposta de acordo com a campanha de Jair Bolsonaro (PL) feita mais cedo pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes

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O magistrado havia convocado advogados da campanha do petista e do atual presidente com o objetivo de estabelecer um acordo para que ambas as partes abrissem mão das ações de direito de resposta que tramitam na Corte eleitoral

A atitude de Moraes vem após a ministra Maria Claudia Bucchianeri suspender decisão que concedia a Lula direito de resposta através de 164 inserções de 30 segundos cada do petista no programa eleitoral de Bolsonaro na televisão. O caso agora será julgado pelo plenário do tribunal. O atual mandatário, por sua vez, conseguiu junto ao TSE direito de resposta com 14 inserções em programas do ex-presidente. 

Lula, porém, rejeita qualquer acordo com Bolsonaro. "Nós festejamos [os direitos de resposta] porque é a oportunidade da gente rebater as mentiras que Bolsonaro contou e as monstruosidades que eles têm capacidade de fazer, e depois a juíza deu efeito suspensivo. Hoje, falei com o advogado, ele ia falar com Alexandre de Moraes, houve uma proposta de acordo, eu disse que não tem acordo. Se nós ganhamos, nós ganhamos 184 [inserções] e perdemos 14. Ele [Bolsonaro] que utilize nossas 14 [inserções] e nós usamos as 184 dele (...) A gente não pode entrar no jogo rasteiro de Bolsonaro", disse o ex-presidente durante coletiva de imprensa em Juiz de Fora (MG). 

"Se a gente ganhar direito de resposta a gente vai aproveitar pra falar coisas mais sérias, pra falar com o povo, o que nós vamos fazer com o salário mínimo, o imposto de renda, as pessoas endividadas. Esses são os assuntos que interessam ao povo. É difícil porque com o meu adversário não é possível você fazer uma campanha normal, a dele é anormal. A quantidade de mentira que a rede social dele conta por dia é um negócio que não tem precedentes", declarou ainda. 

Assista a partir dos 24 minutos e 10 segundos do vídeo abaixo 

Inserções suspensas: entenda 

A ministra Maria Cláudia Bucchianeri, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), suspendeu na noite desta quinta-feira (20) uma decisão que havia proferido na quarta (9) e, com isso, o ex-presidente Lula (PT) não terá mais direito a 164 inserções como direito de resposta dentro do programa eleitoral de Jair Bolsonaro (PL) na TV. 

Ao voltar atrás em sua sentença, a ministra acatou um recurso protocolado pela campanha de Bolsonaro. Desta forma, o caso será levado para julgamento no plenário do TSE, que pode manter ou não a suspensão das inserções. 

Bucchianeri havia concedido direito de resposta a Lula através de 164 inserções de 30 segundos durante os programas de Bolsonaro no horário eleitoral gratuito para se defender da narrativa da campanha do atual presidente que o associa ao crime organizado. 

No vídeo de Bolsonaro que motivou o direito de resposta a Lula - agora suspenso - há um trecho de cerca de 30 segundos em que são mostrados dados de votações em unidades prisionais. O programa diz, pela voz do seu locutor, que Lula seria “escolhido pelos criminosos” do Brasil uma vez que teria 98% dos votos no presídio de Tremembé em São Paulo, além de 90% dos votos de presos da Paraíba.

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A princípio, a ministra considerou que o conteúdo veiculado por Bolsonaro se tratava de desinformação e concedeu direito de resposta a Lula na mesma quantidade de inserções que a campanha do atual presidente utilizou para associar o petista ao crime organizado. 

Além deste direito de resposta suspenso, Lula conseguiu junto ao TSE, através do ministro Paulo de Tarso Sanseverino, outras 20 inserções no programa de Bolsonaro para rebater acusações da campanha do presidente de que é "corrupto" e "ladrão". Essas ainda estão mantidas.