Apoiado pelo ex-presidente Lula (PT), Fernando Haddad (PT) obteve 35,7% dos votos paulistas e vai ao segundo turno das eleições contra o candidato bolsonarista Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), que liderou a disputa com 42,3% dos votos.
“Estamos no segundo turno com uma diferença pequena em relação ao Tarcísio, como tive em 2012 contra o José Serra, e temos toda a condição de fazer uma bela campanha. Queria agradecer à imprensa, ao povo do interior, da capital e da região litorânea. Passamos por mais de 150 cidades ao longo desses últimos dois anos para nos aprofundar em relação aos problemas do Estado e em todas as cidades fomos bem recebidos, sem exceção. Chegamos em torno de 36% dos votos válidos, que era um pouco a menos do que esperávamos, mas perto dos 40% que era a meta estabelecida pela campanha", disse Fernando Haddad em pronunciamento oficial de campanha após a divulgação dos resultados do primeiro turno.
As eleições paulistas espelham a disputa nacional e deixaram o atual governador Rodrigo Garcia, do PSDB, pelo caminho com 18,4%. Além disso, é a primeira vez em muitos anos que os tucanos perdem as eleições estaduais em São Paulo e a primeira vez em 20 anos, como lembrou Haddad, que um candidato progressista disputa o segundo turno no Estado.
"Temos que sentar na mesa e negociar com as forças políticas que sustentaram candidaturas mas não chegaram ao segundo turno, como a do governador Rodrigo Garcia. Temos que discutir programaticamente o que nos une, o que nos aproxima, e então teremos chance de fazer uma grande campanha juntos. Mas é preciso comemorar, o progressismo está no segundo turno depois de 20 anos que isso não acontecia. E temos a melhor proposta para vencê-lo", declarou Haddad.
Tarcísio é engenheiro, militar da reserva e foi ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro. Já Haddad é ex-prefeito de São Paulo, ex-ministro da Educação e foi o candidato do PT à presidência em 2018.
A disputa presidencial no Estado mais rico do país terminou com Jair Bolsonaro (PL) à frente, com 47,7% dos votos contra 40,9 de Lula (PT). Simone Tebet (MDB) ficou em terceiro lugar no Estado com 6,34% e Ciro Gomes (PDT) em quarto, com 3,5%. Os demais candidatos não alcançaram o primeiro ponto percentual.
Para o Senado, 10.704.688 votos elegeram o Astronauta Marcos Pontes (PL). A cifra corresponde a 49,68% dos votos dos paulistas. Márcio França (PSB) ficou com 36,26% e Edson Aparecido (MDB) somou 7,67%. Os demais candidatos tiveram percentuais abaixo dos 3%, entre eles Janaina Paschoal (PRTB) e Aldo Rebelo (PDT).
Para deputado federal, Guilherme Boulos (PSOL) é a grande surpresa paulista e foi o mais votado com 1.001.169 votos e bateu a segunda colocada Carla Zambelli que somou 945.877. Para a assembleia estadual, Eduardo Suplicy (PT) foi o mais votado, seguido por Carlos Giannazi (PSOL) e da Paula da Mandata Coletiva (PSOL). Bruno Zambelli, irmão da deputada federal eleita, foi o quarto deputado estadual mais votado.