A vereadora de Belo Horizonte (MG) e candidata a deputada estadual, Duda Salabert (PDT), teve de comparecer em sua zona eleitoral para votar, neste domingo (2), utilizando um colete à prova de balas.
As forças de segurança que fazem sua escolta exigiram que ela usasse o equipamento, depois de ter recebido uma série de ameaças de morte durante a campanha.
Segundo a assessoria de Duda, a candidata já recebeu nove ameaças de morte, todas de caráter transfóbico e por razões políticas.
Duda foi primeira mulher transexual eleita em Belo Horizonte. Em 2020, ela foi a vereadora mais votada, recebendo mais de 30 mil votos.
Somente em setembro, a candidata recebeu mais de cinco ameaças de morte. Com isso, em função do monitoramento da equipe de inteligência, ela não foi autorizada a levar sua filha à votação.
Duda denunciou ameaça neonazista em agosto
No início de agosto, Duda denunciou, por meio das redes sociais, que havia recebido por e-mail uma ameaça de morte feita por um integrante de grupo neonazista. O autor, identificado como William Mazza dos Santos, seria membro de um fórum online de neonazistas frequentado pelos autores do massacre em uma escola de Suzano (SP), em 2019.
"Perder o emprego foi só o começo, na próxima vez você vai perder sua vida", diz o início da mensagem. A ameaça faz referência à demissão de Duda, em 2021, de uma escola em que era professora.
“Por causa desses nazistas perdi meu emprego ano passado, pois eles enviaram na época e-mails para a escola onde eu trabalhava dizendo que transformariam a escola em um mar de sangue caso eu continuasse dando aula lá. Agora esse grupo nazista me envia este e-mail me ameaçando e ameaçando minha família”, escreveu a pedetista, à época.
Na mensagem, o neonazista faz inúmeras ameaças a Duda e sua família e dispara: "Quer ser mártir dos travecos, então beleza, aberração. Posso deixar você mais feio do que já é hoje, apenas preciso de um bastão e um maçarico. A fúria de deus vai cair sobre você. Aguarde".