Ao ser questionado na manhã desta quarta-feira (19), no Palácio do Alvorada, se teve acesso ao relatório de auditoria das urnas eletrônicas do Ministério da Defesa e das Forças Armadas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) contrariou a si próprio e disse que militares não são responsáveis pelas urnas.
“Olha, as Forças Armadas não fazem auditoria. Lançaram equivocadamente… A Comissão de Transparência Eleitoral não tem essa atribuição. Então, furada, fake news”, declarou o presidente que, em 2 de outubro, durante as apurações do primeiro turno, prometeu entrega do relatório.
O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, se reuniram ontem (18) mas os documentos referentes à suposta auditoria das urnas do primeiro turno não foram entregues pelo militar. O encontro não estava previsto na agenda do ministro e teria servido para alinhar entre as partes o “prosseguimento da fiscalização” dos militares sobre as eleições.
Também participaram da reunião o assessor do Ministério da Defesa, general Rodrigo Vergara, e o secretário-geral do TSE, José Levi do Amaral Júnior. Não foi discutida a entrega da auditoria uma vez que, de acordo com determinação de Moraes emitida no mesmo dia, o Ministério tem até a próxima quinta-feira (20) para apresentá-la.
Militares não encontram falhas em urnas eletrônicas e Bolsonaro manda esconder relatório
O presidente Bolsonaro (PL) e representantes das Forças Armadas, entre eles o ministro da Defesa, lançaram dúvidas e mentiras sobre a lisura do sistema das urnas eletrônicas ao longo do processo eleitoral. Além disso, impuseram a realização de teste das urnas, que o TSE autorizou.
O primeiro turno acabou e até este momento ninguém teve conhecimento do relatório dos testes realizados pelas Forças Armadas. O motivo? Eles não encontraram nenhum erro no sistema. Apesar do relatório não ter sido divulgado, ele foi encaminhado ao presidente Bolsonaro que, diante do resultado, mandou esconder.
Segundo informações d'O Globo, ao tomar conhecimento de que o trabalho das Forças Armadas não encontrou nenhum tipo de falha nas urnas eletrônicas, Bolsonaro não autorizou a divulgação do relatório. De acordo com relato publicado pelo jornal, Bolsonaro reagiu de forma negativa ao tomar conhecimento do resultado dos testes e disse aos militares que eles deveriam se informar mais, pois, as informações da análise dos militares vão de encontro com as que ele tem sobre o sistema eleitoral brasileiro.
Diante da ruína de sua "tese" sobre as urnas eletrônicas, Bolsonaro ordenou que o relatório fosse mantido na gaveta e que um outro fosse feito no segundo turno, pois, para o presidente, as urnas podem apresentar fraudes no segundo turno da eleição 2022.
*Com informações do Metrópoles e O Globo.