O vereador paulistano Fernando Holiday (DEM) foi se encontrar pessoalmente com Jair Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira (14), em São Paulo, para declarar seu apoio ao candidato à reeleição e assim que o viu foi recebido com a frase "vai, neguinho", seguida de um abraço.
Questionado pela imprensa sobre o termo usado pelo líder radical de extrema direita, amplamente considerado racista, o parlamentar municipal desconversou e disse que o que vale é "a intenção" de quem usa uma determinada expressão e que, naquele contexto, não via problema.
"É preciso que se analise o contexto e a intenção, que no caso era receptiva. O presidente estava me abraçando ao me rever após mais de cinco anos do último encontro presencial" disse Holiday.
O fato é que seu grupo político, o MBL, uma think tank de extrema direita travestida de liberal "soft", numa outra ocasião, disse ver um "racismo nojento" quando o filósofo Paulo Ghiraldelli escreveu um artigo chamando Holiday de "o neguinho do DEM". O próprio vereador levou à Justiça o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), por tê-lo chamado de capitão do mato.
"Ciro Gomes é de uma família antiga: os Ferreira Gomes dominam o Ceará faz tempo e a fala dele realmente é coisa de dono de engenho tentando colocar um negrinho no seu lugar", explicou à época dos fatos o vereador, durante entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
Como em tudo que faz, Bolsonaro parece forçar situações do tipo. Sabendo que termos do tipo e algumas "brincadeiras" serão tomados como ofensas, ele insiste em usá-lo nas situações mais delicadas e em público, justamente para causar problemas e repercussão. Tem sido assim com expressões como "cabeça chata" para se referir a nordestinos, "piadas" de cunho sexual com pessoas de origem oriental e frases profundamente machistas contra mulheres.
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