ELEIÇÕES 2022

CNBB alertou para "exploração da fé como caminho para angariar votos" antes de balbúrdia de Bolsonaro em Aparecida

"A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamenta e reprova tais ações e comportamentos", diz o texto, encabeçado por Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB.

Jair Bolsonaro com apoiadores na basílica de Aparecida.Créditos: Reprodução/Youtube
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Em nota divulgada na terça-feira (11), menos de 24 horas antes das celebrações do Dia de Nossa Senhora Aparecida, a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota em que alerta para a continuidade do uso eleitoreiro da "religião e da fé" por Jair Bolsonaro (PL), que já havia sido repreendido pela arquidiocese de Belém durante o Círio de Nazaré no fim de semana anterior.

"Lamentamos, neste momento de campanha eleitoral, a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno. Momentos especificamente religiosos não podem ser usados por candidatos para apresentarem suas propostas de campanha e demais assuntos relacionados às eleições. Desse modo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamenta e reprova tais ações e comportamentos", diz a nota.

A nota, encabeçada por Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB, ainda convoca "todos os cidadãos e cidadãs, na liberdade de sua consciência e compromisso com o bem comum, a fazerem deste momento oportunidade de reflexão e proposição de ações que foquem na dignidade da pessoa humana e na busca por um país mais justo, fraterno e solidário".

Leia a íntegra.

Nota da Presidência

“Existe um tempo para cada coisa” (Ecl. 3,1)

Lamentamos, neste momento de campanha eleitoral, a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno. Momentos especificamente religiosos não podem ser usados por candidatos para apresentarem suas propostas de campanha e demais assuntos relacionados às eleições. Desse modo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamenta e reprova tais ações e comportamentos.

A manipulação religiosa sempre desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil. É fundamental um compromisso autêntico com a verdade e com o Evangelho.

Ratificamos que a CNBB condena, veementemente, o uso da religião por todo e qualquer candidato como ferramenta de sua campanha eleitoral. Convocamos todos os cidadãos e cidadãs, na liberdade de sua consciência e compromisso com o bem comum, a fazerem deste momento oportunidade de reflexão e proposição de ações que foquem na dignidade da pessoa humana e na busca por um país mais justo, fraterno e solidário.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo 
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-presidente da CNBB

Dom Mário Antonio da Silva
Arcebispo de Cuiabá (MT)
Segundo Vice-presidente da CNBB

Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB