O ex-presidente Lula (PT) reuniu uma multidão nesta terça-feira (11) em Belford Roxo, no Rio de Janeiro, e realizou aquele que já é considerado o maior ato político da história da região.
Na parte da tarde, o petista participou de uma passeata, em um carro aberto cercado por apoiadores, pelas ruas da Baixada Fluminense. Já à noite, fez um comício na quadra do clube Atlético Heliópolis.
A atividade em Belford Roxo foi realizada um dia após o prefeito da cidade, Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, que é presidente do União Brasil no Rio de Janeiro, declarar apoio ao petista. Sua esposa, a deputada federal Daniela do Waguinho, que foi a mais votada do estado, também declarou apoio ao ex-presidente.
Waguinho e Daniela, por seus capitais políticos altos na região, eram cobiçados pela campanha de Jair Bolsonaro (PL). O apoio do casal a Lula, segundo o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano, motivou, inclusive, ameaças "vindas de Brasília".
"Já fiz discursos em mais de 190 países, para milhões de pessoas. Mas hoje estou emocionado porque estou na Baixada Fluminense, porque fui convidado por um prefeito e por uma deputada que não conhecia muito. E que enfrentaram pressões porque iam me receber", disse Lula no comício.
Em seu discurso, o ex-presidente afirmou que "esse país precisa de amor e não de ódio, de paz e não de guerra". "É esse país que eu quero construir", disse.
Entre críticas a Bolsonaro, Lula procurou desconstruir as fake news bolsonaristas de que vai fechar igrejas e relembrou: "Para os mentirosos que utilizam Deus, eles estão cometendo um pecado, porque quem regulamentou a liberdade da religião neste país e criou o Dia da Marcha com Jesus fui eu, quem respeita o evangelho somos nós. Então, não minta porque Deus está vendo. A verdade é dura, demora para chegar, mas é melhor morrer com a verdade do que viver com a mentira. E quem ganha uma eleição com mentira não conseguirá governar, porque a mentira não prevalecerá”
Waguinho, por sua vez, disse que o bolsonarismo tenta fazer uma “lavagem cerebral” na cabeça dos evangélicos, e explicou que escolheu apoiar Lula por ele ser "a melhor opção para cuidar do povo brasileiro".
“Com Lula a paz vai voltar a reinar no nosso país, a democracia, o direito a universidade, as escolas técnicas, tudo vai voltar. Nós não devemos misturar a questão religiosa, que eles estão tentando fazer uma confusão na cabeça dos evangélicos, com governabilidade. A política tem uma função aqui na terra, que é cumprir o que a Constituição determina. O compromisso da igreja é outro, é cuidar do pobre, do aflito, do necessitado, é dar água para quem tem sede e comida para quem tem fome”, declarou.
Além de Waguinho e Daniela, participaram do ato lideranças políticas como o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, a deputada federal e presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o presidente nacional do Agir, Daniel Tourinho.
Assista