A vereadora e deputada federal eleita Erika Hilton (PSOL-SP) apresentou nesta segunda-feira (10) uma notícia-crime na Procuradoria-Geral da República contra a ex-ministra da Família e senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF)
Durante evento eleitoral pró-Bolsonaro (PL) realizado neste domingo (9), Damares revelou que, quando ministra da Mulher, Família e Mulheres e Direitos Humanos tomou conhecimento de um esquema de tráfico internacional de bebês e crianças para fins sexuais. Porém, caso seja verdade a história contada por Damares, ela pode ser enquadrada nos crimes de prevaricação e omissão.
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Na notícia-crime apresentada à Procuradoria-Geral da República, Erika Hilton aponta que a ex-ministra se omitiu e deixou de investigar "crimes graves contra crianças na Ilha de Marajó (PA) enquanto ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos na gestão de Jair Bolsonaro.
Para Erika Hilton, a ex-ministra pode ter praticado o crime de prevaricação, por deixar de noticiar eventos criminosos gravíssimos no exercício de suas funções de ministra, e o crime previsto no artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente, por submeter as crianças presentes ao culto à situação de constrangimento diante de sua fala. As penas pelo crime de prevaricação e por submeter crianças a constrangimento, podem chegar a um e dois anos de detenção, respectivamente.
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A ação ainda não descarta a possibilidade de que os fatos narrados sejam falsos e que o intuito da ex-ministra é propagar desinformação para beneficiar a campanha de Jair Bolsonaro, o que também é crime previsto no artigo 323 do Código Eleitoral, com pena de até um ano de detenção.
"Crianças tem Dentes arrancados para fazer sexo oral"
A ex-ministra da Família do governo Bolsonaro (PL), Damares Alves (Republicanos-DF), que é uma das principais difusoras de fakes news e teses fundamentalistas da extrema direita brasileira, mostrou neste final de semana que o vale tudo bolsonarista para ganhar a eleição presidencial desconhece limites morais.
Durante evento realizado neste domingo (9), na Assembleia de Deus Ministério Fama, em Goiânia, Damares afirmou que "o inferno se levantou contra o presidente" e que na Ilha de Marajó (PA) há um esquema de tráfico de crianças para uso sexual.
"Bolsonaro tem uma compreensão espiritual que vocês não têm ideia. Fomos para a Ilha do Marajó e descobrimos que nossas crianças estavam sendo traficadas por lá, e que essas crianças comem comida pastosa para o intestino ficar livre na hora do sexo anal", disse.
Em outro momento, sem citar quando o tal esquema de tráfico de crianças foi descoberto e porque ele nunca foi revelado, Damares afirma que eles possuem "imagens de crianças nossas, brasileiras, de 4 anos, 3 anos, que quando cruzam as fronteiras, sequestradas, os seus dentinhos são arrancados para elas não morderem na hora do sexo oral".
Damares continua: "Eu descobri que nos últimos sete anos explodiu o número de estupros de recém-nascidos, nós temos imagens, lá no ministério, de crianças de oito dias sendo estupradas; um vídeo de estupro de crianças custa entre R$ 50 mil e R$ 100 mil".
Apesar de revelar tal cenário ser do conhecimento do governo Federal, a ex-ministra e senadora eleita pelo Distrito Federal, não fala sobre qualquer medida adotada para desbaratar esse suposto esquema com crianças.
MPF se manifesta após fala de Damares sobre crianças e sexo oral
Após as declarações da ex-ministra Damares Alves sobre um suposto esquema de exploração sexual de crianças na Ilha de Marajó (PA), o Ministério Público Federal (MPF) encaminhou ofício, nesta segunda-feira (10), à secretária executiva do Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Tatiana Barbosa de Alvarenga.
O documento pede informações a respeito dos supostos crimes contra crianças narrados por Damares, durante um culto evangélico. Ela declarou que o governo tem "imagens de crianças nossas, brasileiras, de 4 anos, 3 anos, que quando cruzam as fronteiras, sequestradas, os seus dentinhos são arrancados para elas não morderem na hora do sexo oral".
Integrantes do MPF no Pará pedem à Secretaria-executiva do ministério, que já teve Damares como titular, que apresente os supostos casos descobertos pela pasta, indicando todos os detalhes que possam existir, para que sejam tomadas as providências cabíveis.
O MPF solicita, ainda, que o ministério informe quais e se houve providências tomadas pela pasta ao descobrir os supostos casos e se foi feita denúncia ao Ministério Público ou à polícia.