Ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou nesta quinta-feira (6) que votará em Lula (PT) "com o maior prazer" em um eventual segundo turno contra Jair Bolsonaro (PL).
"Tenho dito a todos que nós temos que, claro, em um primeiro momento tentar viabilizar as nossas ideias, do nosso campo, mas eu não tenho dúvida nenhuma: nós todos teremos que estar juntos. PSDB, União Brasil, MDB, PT, PSB, PDT, PCdoB, PSOL, todos estamos no campo democrático e devemos estar juntos. Nós tínhamos que trabalhar para tirá-lo [Bolsonaro] do segundo turno, seria a grande vitória da democracia o presidente Lula de um lado e o Ciro Gomes ou Doria do outro, ou Rodrigo Pacheco, Mandetta, qualquer um deles. Mas o grande objetivo é garantir a força do campo democrático, se possível com dois nomes no segundo turno", afirmou Maia em entrevista à TV 247.
Em seguida, Maia falou que fará "campanha, com os poucos votos que tenho, para qualquer um que vá ao segundo turno contra aqueles que representam uma agenda e um Estado autoritário".
"Espero que o meu campo consiga ter um bom projeto de país, consiga chegar ao coração dos brasileiros, mas eu tenho o maior prazer de votar no Ciro Gomes, de votar no presidente Lula, de votar no Rodrigo Pacheco no primeiro ou no segundo turno. Eu espero que o Doria, o PSDB, consiga chegar nisso. Mas não chegando, tenho o maior prazer de no segundo turno votar nas opções do campo democrático. Todos esses nomes têm experiência já comprovada. O presidente Lula fez um primeiro grande governo, o segundo eu já sou crítico, mas é um democrata, passou o que passou. Ciro Gomes no Ceará é uma referência de gestão pública para todos nós. Rodrigo Pacheco é um jovem, presidente do Senado, de muito talento. Não tenho nenhum problema", disse Maia.
Mea culpa
Nesta terça-feira (4), Maia ganhou repercussão nas páginas da Folha de S.Paulo e do Valor, do grupo Globo, ao criticar a sinalização de Lula em rever a reforma trabalhista.
“As leis trabalhistas da ditadura [de Getúlio] Vargas, que foram reduzidas em 2017, estão no caminho correto. Tem proteção, sim, diferente do que muitos pensam e elogiam sobre a matriz econômica da China, que não tem nenhum tipo de proteção social, o bem-estar social tão defendido pela esquerda de forma correta. Mas tenho certeza que não é isso que a esquerda vai defender, um país como a China, que não tem lei previdenciária, trabalhista”, disse Maia.
Segundo ele, revogar a reforma iria “engessar o mercado de trabalho”. No entanto, se retratou ao 247.
"Eu disse ontem para o Globo, não saiu. Eu disse: 'eu quero discutir a reforma trabalhista, eu posso ter errado'. Na vida a gente acerta e erra. A gente pode mudar de opinião. Eu tinha uma posição contra sindicatos. Ao longo da minha presidência [na Câmara dos Deputados], depois que a gente votou a matéria, eu me dei conta que foi um erro ter sido tão radical".