A mamata não acabou. Apesar do discurso de campanha de que iria cortar gastos e das críticas feitas no passado às despesas da presidência da República, o presidente Jair Bolsonaro (PL) aumentou consideravelmente os gastos com cartões corporativos.
Segundo levantamento feito pelo jornal O Globo, entre janeiro de 2019, quando assumiu a presidência, e dezembro de 2021, Bolsonaro gastou com os 29 cartões destinados a cobrir suas despesas pessoais e de sua família R$ 29,6 milhões, valor 18,8% maior do que os R$ 24,9 milhões gastos durante 4 anos entre os governos de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB).
Para se ter uma ideia, somente em dezembro de 2021, quando Bolsonaro tirou férias e foi curtir praias e pescaria, os gastos com cartões corporativos somaram R$ 1,5 milhão, maior valor para um único mês durante os 3 anos de seu mandato.
Ao longo de todo o ano de 2021, foram torrados R$ 11,8 milhões nestes cartões, o que representa o maior valor nos últimos 7 anos.
Na última semana, ao falar sobre as críticas com relação aos gastos com cartão corporativo, Bolsonaro se irritou. “Cartão corporativo paga a alimentação das emas, tá, pessoal? Pessoal fala: ‘Ah, gastou tanto’. Eu tenho 50 emas aí, galinheiro, pato, peixe, quatro cães. Uns 200 almoçam, jantam e tomam café aí, por dia (...) Pessoal acha que peguei para comprar leite condensado pra mim", declarou.
O detalhamento das despesas dos cartões da família presidencial, apesar de, no passado, Bolsonaro defender transparência, estão sob sigilo.