Por 10 votos a 1, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu, em sessão nesta quinta-feira (27), rejeitar recurso apresentado pelo procurador da República Diogo Castor de Mattos e, desta maneira, a demissão do ex-integrante da Lava Jato foi confirmada.
O CNMP havia decidido punir Castor com a demissão em outubro de 2021. O motivo foi o fato do agora ex-procurador ter contratado, em 2019, um outdoor elogioso à Lava Jato.
"Bem-vindo à República de Curitiba. Terra da Operação Lava Jato, a investigação que mudou o país. Aqui a lei se cumpre. 17 de março. 5 anos de Operação Lava Jato. O Brasil Agradece", dizia o painel instalado em uma rodovia do Paraná.
Para o CNMP, ao instalar o outdoor, Castor de Mattos violou deveres funcionais, o que configurou ato de improbidade. Ele integrava a força-tarefa da Lava Jato e deixou a operação após o caso vir à público.
Partido da Lava Jato
As pretensões políticas da Lava Jato já tinham sido expostas através da série jornalística Vaza Jato, que revelou articulações entre procuradores para interferir nas eleições de 2018. Agora, com o fim da operação e a proximidade da eleição de 2022, ex-membros da força-tarefa confirmam que, de fato, o objetivo sempre foi a tomada de poder: além do ex-juiz Sergio Moro e do ex-coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, Diogo Castor também quer ser candidato.
Segundo o jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, Castor “deve seguir os passos de Dallagnol”, que saiu do MP e se filiou ao Podemos para concorrer a algum cargo eletivo. Moro, também filiado ao Podemos, já está em pré-campanha para concorrer à presidência da República.