O deputado federal Afonso Florence (PT-BA) defendeu durante entrevista ao Programão da Fórum desta sexta-feira (21) a possibilidade de Geraldo Alckmin (ex-PSDB), ex-governador de São Paulo, ser vice do ex-presidente Lula (PT) na chapa que o petista deve concorrer às eleições presidenciais de outubro.
"Alckmin faz uma inflexão e passa a liderar um centro democrático, constituído por liberais democráticos. É uma autocrítica dele. Ele esteve ao lado do impeachment, que foi um golpe de Estado e ajudou a eleger Bolsonaro", afirmou o deputado do PT. Florence é ligado a setores mais à esquerda do PT.
"Ao se dispor a ser vice de Lula, é como se Alckmin estivesse fazendo uma autocrítica porque Lula está muito decidido a seguir um plano de Reconstrução e Transformação do Brasil", reforçou Florence.
O parlamentar, que coordenou o Plano de Reconstrução do Brasil apresentado pela Fundação Perseu Abramo, comentou sobre a entrevista de Lula à mídia independente e defendeu a proposta de reforma tributária aventada pelo ex-presidente. Na ocasião, Lula propôs a taxação de grandes fortunas e a isenção do imposto de renda para quem recebe até 5 salários mínimos.
"A proposta de reforma tributária está pronta. Redonda, protocolada na Câmara através da emenda 178 à PEC 45. A reforma tributária justa e sustentável. Essa emenda tem 12 artigos, um deles é o da tributação de lucros e dividendos. Isso constou também no Plano de Reconstrução do Brasil da Fundação Perseu Abramo", disse o deputado.
"A ideia é esse: fazer a tributação da renda e do patrimônio dos muito ricos", frisou. "Nós temos no Brasil muitos bilionários e eles não pagam impostos".
Segundo Florence, nessa emenda específica não há a proposta da isenção do imposto de renda, mas ele frisou que o PT e outros partidos da oposição já defenderam essa possibilidade em outros projetos legislativos.
O deputado ainda destacou a importância da formação de uma federação partidária entre PT, PSB, PCdoB e PV para aumentar as possibilidade de aprovação de esta e de outras reformas.