A entrevista do ex-presidente Lula (PT) para a Fórum e outros veículos independentes brasileiros repercutiu na mídia internacional nesta quarta-feira (19). Uma das principais agências de notícias do mundo, a Reuters destacou a fala do petista de que reduzir a pobreza e a desigualdade deve ser a prioridade do país.
"Temos que fazer da desigualdade uma prioridade, e não o teto de gastos", afirmou Lula. Segundo a Reuters, o ex-presidente argumentou que os recursos orçamentários devem ser aumentados em programas sociais, mesmo que isso signifique sacrificar um teto de gastos estabelecido constitucionalmente.
A agência lembrou, ainda, que os programas sociais do governo Lula "tiraram milhões de brasileiros da pobreza", e que ele passou um tempo na cadeia por condenações de corrupção que, mais tarde, foram anuladas.
Chapa com Alckmin
A Bloomberg, por sua vez, ressaltou a possível aliança entre Lula e Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB recentemente. Na entrevista, o petista afirmou que não vê problema algum em formar uma chapa com o ex-governador de São Paulo.
"Temos divergências e visões de mundo diferentes, mas não terei nenhum problema em fazer uma chapa com Alckmin para ganhar as eleições e governar este país”, disse Lula. De acordo com a Bloomberg, essa foi a primeira vez que o petista afirmou que buscará o apoio de partidos de centro e até de centro-direita antes da votação de outubro.
A plataforma destacou também a forte queda do dólar após essa declaração do ex-presidente. "O real se valorizou 1,6%, para 5,479 por dólar, liderando os ganhos entre as moedas dos mercados emergentes, já que os investidores consideraram uma possível aliança com Alckmin como um sinal de que Lula se voltaria para políticas mais moderadas se eleito", apontou o site.
As declarações foram pulverizadas em vários outros veículos internacionais menores, como Metro, Perild, Yahoo News, Paris Beacon News e One America News Network.
O portal local BBC724 evidenciou a fala dita por Lula na abertura da entrevista, quando pediu que os jornalistas fossem “mais francos possíveis nas perguntas” e que não haveria veto ou censura”.