O advogado Rodrigo Tacla Duran, que garante ter sido vítima de extorsão por parte de Carlos Zuccolotto, advogado, amigo e padrinho de casamento de Sergio Moro (Podemos), foi às redes para criticar o ex-juiz suspeito e parcial, além do ex-coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol (Podemos).
Os dois deixaram o judiciário para concorrer a cargos políticos, pelo menos agora oficialmente. Filiados ao Podemos, os dois ganharão remuneração com recursos públicos.
Moro receberá salário de R$ 22 mil e Dallagnol, de R$ 15 mil. Tacla Duran, via Twitter, declarou que ambos tentam levar vantagem em tudo: “Juiz e procurador cumpridores da lei de Gérson”, postou.
Duran faz referência a uma expressão criada na década de 1980 pelo jornalista Mauricio Dias, por conta de uma propaganda de cigarros, cujo protagonista era Gérson de Oliveira Nunes, ex-jogador de futebol da seleção brasileira e de vários clubes.
Na publicidade, Gérson falava “Gosto de levar vantagem em tudo, certo?”, o que passava uma mensagem associada à pessoa ou empresa que se dá bem sem ligar a questões éticas.
Até hoje, prestes a completar 81 anos, Gérson reclama que ficou estigmatizado pela frase e pela propaganda.
Moro e Dallagnol receberão salários com dinheiro público do fundo partidário
Após acertar o pagamento de R$ 22 mil mensais para Moro se lançar pré-candidato à Presidência, o Podemos vai pagar R$ 15 mil por mês ao ex-procurador Dallagnol, que comandou a Lava Jato em Curitiba, que se filiou à sigla para lançar candidatura à deputada federal.
Em nota “transparência sobre minha atividade pública” no Instagram, Dallagnol comparou o valor com o que ganhava no Ministério Público Federal (MPF), ressaltando que “corresponderá num ano a cerca de metade do total que recebi líquido como procurador da República em 2020 e consta nos meus contracheques, no portal da transparência”.
Para justificar os ganhos, pagos com recursos públicos do fundo partidário, Dallagnol diz que, além de pré-candidato, vai “desenvolver um trabalho dentro do partido de aprimorar os quadros da política, para que possam ser oferecidos à sociedade mais candidatos preparados e comprometidos com a democracia e o combate à corrupção”.
“Ao sair do Ministério Público, abri mão de um salário maior, da estabilidade e da aposentadoria para seguir servindo à sociedade onde acredito que minha contribuição pode ser maior hoje em dia: o ambiente político”, escreve, sem constrangimento.