Lucas Furtado, subprocurador-geral do Tribunal de Contas da União (TCU), encaminhou ofício ao presidente do órgão, Bruno Dantas. Ele pediu que os processos sobre a atuação de Sergio Moro (Podemos) na Lava Jato sejam tornados públicos.
Furtado justificou a solicitação, afirmando que “diversas peças se encontram com permissões insuficientes para acesso ao conteúdo”.
O que interessa mesmo ao subprocurador-geral são os processos de Moro, classificado como suspeito e parcial pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nas ações contra o ex-presidente Lula, a respeito da Odebrecht.
Mais especificamente, ele quer aprofundar apuração sobre o vínculo do ex-juiz com a empresa estadunidense de consultoria Alvarez & Marsal, segundo a coluna Radar, na Veja.
No mês de dezembro, Dantas havia determinado que a empresa revelasse quais serviços Moro prestou e quanto cobrou.
O ex-juiz processou a Odebrecht e depois atuou na empresa que geriu a recuperação da construtora, que ficou insolvente justamente por causa dos desdobramentos da Lava Jato.
“Portanto, venho solicitar e propor a vossa excelência que adote medidas no sentido de tornar público todas as peças dos processos envolvendo o ex-juiz Sergio Moro, especialmente relacionados à Odebrecht S.A e à empresa Alvarez & Marsal, com ressalvas àquelas que motivadamente devam ser resguardadas sob sigilo”, disse um dos trechos do ofício.
TCU quer que empresa revele quanto pagou a Moro após se lançar à política
Dono de um discurso incessante em defesa da corrupção, Moro pode ter acarretado prejuízos aos cofres públicos ao ter saído da empresa Alvarez & Marsal para se lançar à política.
Bruno Dantas determinou, em dezembro, que a companhia revele quanto pagou a Moro depois que ele deixou a empresa, em outubro, para participar da corrida eleitoral de 2022.
Além disso, solicitou os contratos da Alvarez & Marsal em ordem cronológica, para saber a evolução dos negócios da companhia no Brasil desde a Lava Jato.
O ministro quer saber se a empresa foi beneficiada ao se envolver na recuperação da Odebrecht e de outras organizações investigadas por Moro, já que, conforme dito em despacho anterior, atos do ex-juiz “naturalmente” contribuíram para a queda da empreiteira.