O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, criticou duramente o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro (Podemos) durante participação no Jornal da Fórum desta segunda-feira (10). Santa Cruz, que ainda não definiu se será candidato ao governo do Rio de Janeiro, defendeu a formação de uma frente ampla democrática contra o bolsonarismo tanto no estado quando nacionalmente.
"Sergio Moro é um subproduto do projeto de Jair Bolsonaro, é uma outra forma de autoritarismo. Nunca vi na conduta do Sergio Moro [algo diferente]. Protestei várias vezes contra decisões do governo e ele, no mínimo, se omitiu. Se omitiu dentro de um projeto pessoal, de chegar ao STF", afirmou Santa Cruz ao jornalista Miguel do Rosário, no Jornal da Fórum.
"Como magistrado, Moro demonstrou uma veia autoritária absolutamente insofismável. Não vejo porque dar uma roupa de nível superior ao projeto bolsonarista", completou. Durante a entrevista, o presidente da OAB disse que Moro foi o primeiro ministro da Justiça a se negar a receber a entidade e a dar entrada em uma perseguição judicial contra um presidente da ordem.
Santa Cruz disse que ainda não definiu qual candidatura presidencial vai apoiar nas eleições de outubro, mas defendeu a formação de uma frente democrática contra Bolsonaro e contra Moro. O presidente da OAB defendeu o ex-presidente Lula da perseguição que sofreu e pregou a unidade com outras figuras de centro-esquerda e centro-direita, como Ciro Gomes (PDT), Rodrigo Pacheco (PSD), João Doria (PSDB) e Simone Tebet (MDB).
Santa Cruz ainda não definiu se será candidato ao governo do Rio de Janeiro
Questionado pelo jornalista Miguel do Rosário sobre a possibilidade de se lançar candidato ao governo do Rio, Santa Cruz reforçou que não está filiado e disse que irá definir seu futuro político após deixar a presidência da OAB.
"Não estou filiado ao PSD. Tenho convites, mas é uma decisão tão profunda... Não estou rejeitando a política, mas ainda não estou filiado. Vou decidir em fevereiro, quando sair da OAB", declarou Felipe Santa Cruz.
Santa Cruz destacou que tem uma relação de amizade com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), há muito tempo, mas que ainda não decidiu se seguirá para o PSD.
"Estamos todos preocupados com o Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro precisa de uma frente. O Eduardo Paes tem papel fundamental nisso, junto a outras lideranças, como André Ceciliano (PT), Rodrigo Neves (PDT), Marcelo Freixo (PSB). Acho importantíssimo dialogar com o próprio governador Claudio Castro (PL)", declarou.
Apesar de pregar o diálogo, Santos Cruz defendeu q formação de uma frente que enfrente o governador Claudio Castro (PL), integrante do partido de Bolsonaro. "Tomara que seja uma frente mesmo. E agora é hora de renunciar aos egos. Até porque não vai ser uma tarefa fácil, vamos precisar de 20, 30 anos para recuperar esse estado", afirmou.