O ex-governador paulista Geraldo Alckmin, nome mais cotado para assumir o posto de vice na chapa de Lula nas eleições presidenciais deste ano, se reuniu na manhã desta segunda-feira (10) numa padaria da capital de São Paulo com o deputado federal Paulinho da Força, presidente nacional do Solidariedade, e os sinais de alerta no Partido Socialista Brasileiro (PSB) já soaram.
Após uma longa conversa, sobretudo em relação às reações do mercado financiamento às sinalizações de Lula de que pode revogar a Reforma Trabalhista levada a cabo por Michel Temer em 2016, Alckmin recebeu uma proposta direta e formal de Paulinho para se filiar ao seu partido, onde, segundo o sindicalista e parlamentar, o ex-tucano não será "moeda de troca", fazendo referência ao fato de o PSB querê-lo como vice de Lula para tirá-lo da disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, abrindo caminho para a candidatura de Márcio França.
O papo entre as duas lideranças políticas serviu também para enviar um recado claro ao PSB: Alckmin desperta interesses em várias legendas e seria bom o partido controlado por França em São Paulo abaixar o volume de suas exigências para fechar logo com o ex-governador. Nunca é demais lembrar que o até pouco tempo tucano foi sondado bem de perto pelo PSD de Gilberto Kassab, que parece ter desistido, por ora, da filiação de Alckmin após ele deixar claro que sua prioridade agora é um projeto nacional e não o governo estadual.
No fim do encontro, Alckmin pediu a Paulinho da Força que encaminhasse detalhes dos pontos que futuramente podem ser revertidos na Reforma Trabalhista, para uma leitura mais técnica sobre o tema. O possível vice da chapa com o ex-presidente Lula tem falado à imprensa sobre sua preocupação com o esfacelamento econômico do Brasil, que levou frações enormes da sociedade à condição de pobreza e miséria.