O presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força, anunciou nesta terça que agora seu partido é favorável ao impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Gilberto Kassab, do PSD, por sua vez, anunciou a criação de um conselho para acompanhar a pauta.
Em entrevista à CNN Brasil, Paulinho afirmou que o Solidaridade se reunirá na quarta-feira para "tomar uma decisão favorável ao impeachment". "Dessa maneira saindo na neutralidade e indo para uma posição mais firme e mais dura contra o presidente da República”, disse.
Kassab, por sua vez, anunciou a criação de uma comissão que será formada por Nelsinho Trad e Antonio Brito, líderes do PSD no Senado e na Câmara, respectivamente. "A cada dia vemos aumentar a instabilidade e o PSD está acompanhando essa situação com muita atenção", afirmou Kassab à Folha.
A mobilização dos dirigentes partidários acontece após os fracassados atos golpistas promovidos pelo presidente Jair Bolsonaro neste 7 de setembro. Mesmo com mobilizações com algo entre 5% e 6% do público esperado em Brasília e São Paulo, o mandatário decidiu elevar ainda mais o tom contra o STF.
Bolsonaro disse que não mais respeitará as decisões do ministro Alexandre de Moraes. Isso fez com que a situação acirrasse os ânimos no Congresso e o impeachment voltasse a ser assunto. O Senado, inclusive, cancelou todas as sessões previstas para quarta e quinta-feira.
Enquanto isso, o PSDB anunciou que irá debater em sua Executiva a possível adesão ao impeachment. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), já se antecipou e disse apoiar a investida. O MDB também pode ir nesse caminho.
Oposição pressiona pelo impeachment
A oposição, que também foi às ruas nesta terça no Grito dos Excluídos, pressiona pela queda do presidente.
José Genoíno, ex-deputado e ex-presidente do PT, disse em entrevista à TV Fórum nesta terça que a oposição tem que fazer uma “obstrução selvagem” para garantir a abertura de processo de impeachment. “Ou bota o impeachment pra votar ou vamos fazer obstrução selvagem. Obstrução selvagem é a que não vota nada. Se for necessário, compra uns apitos, faz barricada no Salão Verde…”, afirmou.
O senador Jean Paul Prates (PT-RN), líder da Minoria no Senado, afirmou que "os atos de hoje mostram que o presidente só consegue dialogar com a sua claque e não é isso que se espera de alguém que deva liderar o país. Bolsonaro". "Só restam duas alternativas para Bolsonaro depois do dia de hoje: renúncia ou impeachment! Como ele não é capaz deste gesto pela nação, cabe ao Congresso conduzir o processo de impeachment”, disse.
Panelaços também explodiram nesta terça em diversas capitais.
Com informações do Metrópoles e da Folha