Lá vem groselha: Bolsonaro irá à Assembleia da ONU este mês... E discursará

Itamaraty confirmou ida do presidente a Nova Iorque. Da última vez que abriu a boca no evento de chefes de Estado ele falou de cloroquina, de cristofobia e que a floresta não pega fogo porque é úmida

Jair Bolsonaro (Reprodução)
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O Ministério de Relações Exteriores confirmou em nota divulga à imprensa na noite desta sexta-feira (3) que o presidente Jair Bolsonaro irá a Nova Iorque, na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), entre os dias 21 e 27 deste mês. A notícia que muita gente temia também foi confirmada pelo Itamaraty: Bolsonaro discursará na mais importante reunião de chefes de Estado do planeta. Ou seja, a vergonha alheia está garantida.

Em setembro de 2020, numa Assembleia Geral realizada em modelo totalmente virtual, por conta da pandemia, o presidente brasileiro falou por 15 minutos a partir de Brasília, numa transmissão via satélite. O repertório de bobagens foi de fazer corar o mais impudico dos líderes mundiais. Isso para não mencionar inúmeras mentiras, como o auxílio emergencial de US$ 1.000, que mesmo somando todas as parcelas pagas (contando pelo valor mais alto), não chegou nem a US$ 500.

Incentivo ao uso de cloroquina, ataques à imprensa, aos governadores dos estados, cristofobia (uma imaginária perseguição aos cristãos que estaria colocando esta fé sob ameaça no país governado por ele), acusações aos povos indígenas e comunidades ribeirinhas por conta dos devastadores incêndios que destruíam biomas brasileiros e a célebre frase “a floresta amazônica não pega fogo porque ela é úmida em seu interior”, que já havia sido dita anteriormente, compuseram o vexame em escala global.

Por uma questão de tradição, o Brasil é quem faz o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, que este ano adotará um modelo híbrido, ainda em decorrência de restrições impostas pela Covid-19, ainda que menores se comparadas aos estragos provocados pela doença no período da última edição do evento. No mesmo dia do pronunciamento de Jair Bolsonaro deve falar também, pela primeira vez no mandato, o presidente dos EUA, Joe Biden.