Senador quer que CPI ouça ex de Bolsonaro sobre rachadinhas

Alessandro Vieira apresentou requerimento à CPI do Genocídio em razão das revelações de Marcelo Luiz Nogueira de Santos

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O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentou nesta sexta-feira (3) um requerimento pedido a convocação de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-esposa do presidente Jair Bolsonaro, na CPI do Genocídio. O ofício foi apresentado em meio às revelações feitas por Marcelo Luiz Nogueira de Santos, ex-funcionário do clã, sobre o esquema de “rachadinha” que ocorria nos gabinetes de Carlos e Flávio Bolsonaro

"Considerando a existência de diálogos que apontam, em tese, para a atuação da senhora Ana Cristina Siqueira Valle, ex-esposa do presidente Bolsonaro, na intermediação de interesses de lobistas diante de autoridades públicas, apresentei à CPI o requerimento para sua convocação", anunciou o senador pelo Twitter.

O elo entre Ana Cristina e as investigações da CPI seria o lobista Marconny Albernaz. O presidente da comissão , o Omar Aziz (PSD-AM), chegou a acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para que a polícia do Senado faça uma condução coercitiva de Albernaz, que prestaria depoimento nesta quinta-feira (2), mas faltou.

Revelações do ex-funcionário sobre rachadinhas

Ex-funcionário da família Bolsonaro, Marcelo Luiz Nogueira dos Santos contou que Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) jogava videogame no gabinete quando foi eleito para o primeiro mandato, em 2001, enquanto Ana Cristina Valle, então mulher de Jair, instalava o esquema de corrupção que ficou conhecido como “rachadinhas”.

O ex-funcionário contou que Ana Cristina foi a primeira a controlar todo o recolhimento de parte dos salários de todos os assessores parlamentares dos dois, respectivamente primeiro e segundo filho de Bolsonaro.

Segundo Marcelo, o esquema que começou a ser instalado no gabinete da “criança” Carlos em 2001, foi replicado o gabinete de Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) por Ana Cristina em 2003.

Ana Cristina teria saído do comando do esquema, segundo o ex-funcionário, após Bolsonaro descobrir que era traído com bombeiro. O militar seria Luiz Cláudio Teixeira, que fazia a escolta da família no Rio de Janeiro.

Marcelo resolveu fazer as denúncias após, segundo ele, ter sido enganado e vítima de racismo. Convidado por Ana Cristina a trabalhar na mansão onde ela vive com o filho, Jair Renan, em Brasília, a ex-mulher de Bolsonaro não teria honrado a promessa de pagar ao funcionário um salário de R$ 3 mil.

Parlamentares avaliam pedir proteção a Marcelo após as revelações.

https://twitter.com/Sen_Alessandro/status/1433876669333442574