Febraban racha com Fiesp e tira álibi do governo para tirar Caixa e BB da federação

"A FEBRABAN avalia que, no seu âmbito, o assunto está encerrado e com isso não ficará mais vinculada às decisões da FIESP, que, sem consultar as demais entidades, resolveu adiar sem data a publicação do manifesto", diz o texto

Pedro Guimarães, Jair Bolsonaro e Paulo Guedes (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
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Em nota divulgada na noite desta quinta-feira (3), a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) resolveu sair das cordas.

No texto, a organização dos banqueiros endossou o manifesto “A Praça é dos Três Poderes”, anunciou racha com a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e, de quebra, tirou o álibi para que o governo Jair Bolsonaro retirar o Banco do Brasil e a Caixa do conglomerado.

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"A FEBRABAN considera que o conteúdo do manifesto, aprovado por sua governança própria, foi amplamente divulgado pela mídia do país, cumprindo sua finalidade. A Federação manifesta respeito pela opção do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que se posicionaram contrariamente à assinatura do manifesto", diz o texto.

A nota foi divulgado após por Pedro Guimarães, presidente da Caixa, ameaçar banqueiros privados, dizendo que eles poderiam ser excluídos de negócios com o governo caso endossassem o manifesto.

Presidente da Fiesp, Skaf trabalhou para adiar para depois do 7 de Setembro a divulgação do texto, que foi vazado para a Globo.

Na nota, a Febraban diz que a Fiesp assumiu assumiu a coordenação do processo de coleta de assinaturas e se responsabilizou pela publicação, conforme e-mail dirigido a mais de 200 entidades no último dia 27 de agosto antes de criticar a entidade, que reúne boa parte do PIB paulista.

"Diante disso, a FEBRABAN avalia que, no seu âmbito, o assunto está encerrado e com isso não ficará mais vinculada às decisões da FIESP, que, sem consultar as demais entidades, resolveu adiar sem data a publicação do manifesto".

Álibi
Com a nota, a Febraban enterrou a possibilidade da Caixa e do BB deixarem a entidade. O governo só voltará atrás, caso a entidade assine o manifesto que está sendo refeito pela Fiesp e que deve ser divulgado apenas após o 7 de Setembro.

O texto já vazado pela Globo diz que "a praça dos três poderes encarna a representação arquitetônica da independência e harmonia entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, essência da República".

"Esta disposição deixa claro que nenhum dos prédios é superior em importância, nenhum invade o limite dos outros, um não pode prescindir dos demais", afirma, em crítica indireta às ameaças golpistas de Bolsonaro.

Leia o manifesto na íntegra aqui e, abaixo, a nota da Febraban.

Comunicado Público da Febrabab

A Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) reafirma o apoio emprestado ao manifesto “A Praça é dos Três Poderes”, cuja adesão se deu, desde o início, dentro de um contexto plurifederativo de entidades representativas do setor produtivo e cuja única finalidade é defender a harmonia do ambiente institucional no país.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) assumiu a coordenação do processo de coleta de assinaturas e se responsabilizou pela publicação, conforme e-mail dirigido a mais de 200 entidades no último dia 27 de agosto.

A FEBRABAN considera que o conteúdo do manifesto, aprovado por sua governança própria, foi amplamente divulgado pela mídia do país, cumprindo sua finalidade. A Federação manifesta respeito pela opção do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que se posicionaram contrariamente à assinatura do manifesto.

Diante disso, a FEBRABAN avalia que, no seu âmbito, o assunto está encerrado e com isso não ficará mais vinculada às decisões da FIESP, que, sem consultar as demais entidades, resolveu adiar sem data a publicação do manifesto.

A FEBRABAN confirma seu apoio ao conteúdo do texto que aprovou, já de amplo conhecimento público, cumprindo assim o seu papel ao se juntar aos demais setores produtivos do Brasil num pedido de equilíbrio e serenidade, elementos basilares de uma democracia sólida e vigorosa.

FEBRABAN – Federação Brasileira de Bancos
Diretoria de Comunicação