O ex-Ministro da Justiça Sergio Moro (sem partido) se reuniu com representantes do Podemos, em Curitiba, assim que desembarcou no Brasil. Já nesta quarta-feira (29), ele almoça com o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM).
Mandetta revelou o encontro em entrevista ao canal MyNews e afirmou que está participando da criação de uma nova candidatura para a eleição presidencial, a qual ele chama de "melhor via".
"Estamos vivendo 2021, mas tem uma agenda que já quer viver o 2º turno de 2022. E 2021 é um ano para construir não a 3ª via, mas a melhor via, que se constrói com debates de propostas e ideias. Errado é quem já está em 2022 ou 2023. A classe política está conversando como nunca. Tem 10 partidos em torno de uma mesa", disse.
O ex-Ministro da Saúde disse ainda: "Não sei o que Sergio Moro vai fazer. Não é filiado a partido político, não dialoga com a classe política. Mas pode ser um fator. Amoêdo junto com Moro? Não sei o que pode vir, se pode vir decisão de candidatura", especulou Mandetta, citando João Amôedo (Novo), que foi candidato a presidente em 2018.
O ex-juiz da Lava-Jato deu um prazo para poder detalhar suas pretensões políticas. Qualquer decisão sua será tomada apenas em novembro, quando encerra seu contrato de consultoria com a empresa Alvarez & Marsal, nos Estados Unidos.
Mandetta é uma das apostas do DEM, que deve se fundir com o PSL. Moro é cortejado por partidos como o Podemos, que lançou o senador Álvaro Dias (PR) na última eleição ao Planalto.
“Deixamos Moro livre para tomar a decisão dele em relação a disputar a Presidência. Ele nos disse que, por uma questão de ética devido ao contrato em curso, não seria correto fazer uma inserção na política antes de encerrar o trabalho”, afirmou Álvaro Dias ao GLOBO.
Uma as possibilidades de Moro é disputar uma vaga ao Senado pelo Paraná. Políticos próximos a ele afirmam que ele pretende estar num palanque para se defender das críticas que receberá durante as eleições, principalmente as direcionadas por Lula, cujas condenações proferidas por Moro foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).