CPI pode convocar Paulo Guedes após advogada revelar "pacto" da Prevent

Segundo a advogada Bruna Morato, Prevent Senior firmou acordo com o governo Bolsonaro através do Ministério da Economia

Paulo Guedes | Foto: Isac Nóbrega/PR
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A CPI do Genocídio avalia a possibilidade de, enfim, convocar o ministro da Economia, Paulo Guedes. O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), comentou sobre a possível convocação após a advogada Bruna Morato revelar em depoimento um “pacto” firmado entre a Prevent Senior e o chamado “gabinete paralelo” através do Ministério da Economia do governo Jair Bolsonaro.

Em coletiva concedida após a sessão, Randolfe apontou que o depoimento de Morato, advogada dos médicos que denunciaram a Prevent, foi o mais "impactante até agora".

"[O depoimento] mostra uma cena macabra e o quão triste foi a pandemia. Hoje ouvimos de tudo: médico dizendo que 'óbitos também é alta', pessoas usadas como cobaias, consigna nazista como lema de empresa de saúde... Depoimento mais duro de se ouvir", completou.

O senador afirmou que, a partir do depoimento, a CPI pretende ouvir ou o ministro Paulo Guedes ou Adolfo Sachsida, secretário de Política Econômica. "Isso ainda vamos pacificar", disse.

Durante a sessão, o senador já havia cobrado essa convocação. Morato detalhou que a Prevent procurou "assessores" do Ministério da Economia para realizar experimentos que dessem sustentação à estratégia do governo contra o isolamento social. Segundo Morato, a relação se estabeleceu pela Economia porque o Ministério da Saúde tinha críticas à rede.

Esses "assessores" seriam o que depois ficou conhecido como o chamado "Gabinete Paralelo".

Randolfe garantiu também que será convocado representante da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Segundo Morato, o gabinete paralelo garantiu “proteção” à rede para evitar fiscalizações.

Com informações de O Globo e da TV Senado