A CPI da Covid irá receber nesta terça-feira, 28, a advogada Bruna Morato, uma das responsáveis por auxiliar os médicos a compilar um dossiê com as denúncias envolvendo a Prevent Senior. Ela também foi quem enviou o documento à comissão de inquérito.
O material diz que a operadora de saúde cometeu uma série de irregularidades na pandemia de coronavírus, como a ocultação de óbitos em estudo sem autorização dos pacientes e a prescrição de remédios do “kit covid”, todos comprovadamente sem eficácia contra a Covid-19.
Os senadores querem descobrir se os pacientes da Prevent foram usados de “cobaias humanas” no estudo, que não teve autorização da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para acontecer.
No dia 18 de abril de 2020, o presidente Jair Bolsonaro fez uma postagem usando o estudo da Prevent Senior para defender o tratamento precoce com o uso da hidroxicloroquina e outros medicamentos do “kit covid”, mencionando a ocorrência de cinco mortes entre os pacientes do estudo que não tomaram cloroquina e nenhum óbito entre os que ingeriram as medicações.
Os filhos de Bolsonaro também recorreram às redes sociais para tratar defender o tratamento precoce.
Nenhum senador propôs a convocação de Bruna Morato, sendo ela a responsável por se colocar à disposição da CPI da Covid e pedir para prestar depoimento.
Na semana passada, o diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Batista Júnior, prestou depoimento à CPI que negou as acusações afirmando que houve uma “invasão” ao sistema da empresa e que o material do dossiê foi feito com base em dados “manipulados” e “alterados” de uma planilha interna.
O Ministério Público de São Paulo está investigando o caso com uma força-tarefa voltada apenas para as apurações dessas denúncias. A CPI da Covid deve auxiliar nas investigações enviando o dossiê e outros documentos para o MP de SP.