O convite feito pelo empresário Otávio Fakhoury, presidente do PTB em São Paulo, para Jair Bolsonaro (Sem partido) se filiar à sigla para concorrer às eleições presidenciais de 2022 implodiu a unidade e a subserviência do partido em torno da figura de Roberto Jefferson, que repassou o comando nacional a Graciela Nievov após ser preso no dia 13 de agosto.
Em carta escrita a mão no hospital Samaritano, no Rio, onde trata uma infecção urinária e passará por um cateterismo antes de voltar à cadeia, Jefferson denunciou uma "rebelião doméstica pelo poder dentro do PTB".
Reportagem de Eduardo Gonçalves e Paulo Cappelli, no jornal O Globo desta terça-feira (28) confirma que o efeito detonador da rebelião foi o convite feito por Fakhoury à Bolsonaro - por meio do filho, Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).
A oficialização do convite foi feito sem a presença de Graciela, o que irritou a presidenta em exercídio da sigla e o próprio Jefferson, que tem na substituta alguém que "preparei desde de sua meninice para me substituir".
"Essa reunião não teve fruto do PTB. Não estava sabendo. Eu quero deixar claro que ele não fala pelo partido", disse Graciela à reportagem, ressaltando que o mal-estar já foi resolvido. "A gente quer muito o Bolsonaro no partido. O Flávio, o Eduardo, todos eles, serão muito bem-vindos", emendou.
Segundo a reportagem, o mal-estar repercutiu até mesmo na família Jefferson. Reservadamente, diz o jornal, Graciela atribuiu o fogo-amigo do qual é vítima no partido a três correligionários: o jornalista Oswaldo Eustáquio, o deputado Nivaldo Albuquerque, de Alagoas, e a ex-deputada e filha de Jefferson, Cristiane Brasil.
Em sua carta, Jefferson mandou recado à filha dizendo que "política não é dinastia" e determinou a criação de um "conselho consultivo, para protegê-la, com poderes para dissolver provisórias e expulsar murmuradores de nossa Graci: Gean Prates, Rodrigo Valadares, Marisa Lobo, Paulo Bengtson, Jefferson Alves, Mical Damasceno e Marcus Vinícius".
Leia aqui a carta de Jefferson na íntegra