Enquanto a população enfrenta as dificuldades provocadas pela crise econômica e pela gestão desastrosa do governo Jair Bolsonaro, o general Joaquim Silva e Luna, presidente da Petrobras, parece ter seus motivos para manter o riso frouxo. Com um salário mensal de R$ 260 mil, o general riu ao ser questionado sobre a diminuição do preço do gás de cozinha para os mais pobres.
"Na sua avaliação, os dividendos e os tributos pagos pela Petrobras vêm sendo adequadamente investidos pelo governo? O senhor acha que seria importante apoiar os mais pobres que não estão conseguindo comprar um botijão de gás?", questionou uma pessoa que participava da coletiva de imprensa concedida por Silva e Luna nesta segunda-feira (27).
A pergunta, que levou ao general a dura realidade de milhões de famílias brasileiras, parece ter soado como piada ao gestor público. Aos risos, ele disse: "a parte Petrobras está sendo feita".
Na mesma coletiva em que ria dos mais pobres, o general anunciou a manutenção da política de preços da empresa, de paridade com o mercado internacional. Diretores da estatal disseram, inclusive, que pode haver novos aumentos nos combustíveis.
Levantamento feito pela Folha de S. Paulo no início de setembro mostra que Silva e Luna está entre os militares da reserva que não deixam de lado os valores que recebem pela aposentadoria e somam com os cargos "civis". O general não se satisfaz com o estrondoso salário de R$ 228 mil de presidente da petrolífera e acrescenta a aposentadoria para embolsar R$260 mil mensais.
Mortes por uso de álcool
Com o aumento do gás, famílias têm recorrido a "alternativas" perigosas para preparar a comida. Nesta segunda-feira (27), morreu Geisa Sfanini, de 32 anos, após ter 90% do corpo queimado enquanto cozinhava com álcool combustível. Segundo reportagem de Deslange Paiva e Paula Paiva Paulo, do g1, Geisa usava o álcool por estar com dificuldades financeiras para comprar o gás. Desempregada, ela sustentava o filho Lucas Gabriel, de 8 meses, apenas com recursos do Bolsa Família.