Em meio a um escândalo sem precedentes na história do setor de saúde no Brasil, o presidente-executivo da Prevent Sênior, Fernando Parrilo, negou em entrevista à Folha de S.Paulo qualquer ligação com Jair Bolsonaro (Sem Partido) e disse nunca ter falado com o presidente.
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"Eu nunca encontrei o presidente nem falei ao telefone com ele. Não me envolvo em política", disse o executiva da empresa, acusada de provocar mortes de pacientes em um estudo com uso da cloroquina para tratamento contra a Covid-19.
Parrilo ainda acusou Bolsonaro de ter tirado das "lives" que fez os resultados que mostrariam a eficácia do chamado "kit Covid". "Fiz várias lives nesse período, ele pode ter tirado os dados de lá".
Parrilo disse ainda que "kit Covid" foi um "termo inventado" - "Nós não dávamos apenas hidroxicloroquina associada a azitromicina" - e evitou criticar a gestão de Bolsonaro diante da pandemia.
"Ningués estava preparado para a pandemia. Todos acertaram e erraram, como nós. Era um desespero diário, no privado e no público. Foi um estresse grande. Não havia respostas. Bolsonaro, Doria e Covas tentaram fazer o melhor. Quem fez certo? A história vai dizer, mas quando a pandemia acabar", afirmou.
Cloroquina
Parrillo disse que a mãe "quase morreu" da doença, que segundo ele "nunca foi" uma gripezinha", mas saiu pela tangente ao ser indagado se o hospital Santa Maggiore, da rede Prevent, ainda segue usando cloroquina.
"Nós respeitamos a autonomia médica, cada profissional receita o que considerar melhor para o seu paciente", respondeu.
Deparado com o fato de que a comunidade internacional já abandonou o uso do medicamento, Parrillo afirmou que não "existem pesquisas definitivas que apontem que esses medicamentos nao funcionam". "Na nossa observação empírica, notamos progressos", disse, após negar que foi feito um "estudo científico" com os pacientes.
Sobre os efeitos colaterais da cloroquina, o presidente da Prevent afirmou que "depende da dosagem". "Na que damos, a cloroquina não faz nem cócegas".