O empresário e diretor da Precisa Medicamentos, Danilo Trento, depões na manhã desta quinta-feira (23) à CPI da Covid. E, assim como outros depoentes, tem se utilizado do direito ao silêncio, concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), para não responder questões cruciais na investigação da Comissão.
Em determinado momento e irritados com os esquivos de Trento, os parlamentares ironizaram e pediram um gravador para o depoente, assim ele não precisaria ficar repetindo que utilizaria de um direito concedido.
"Eu pediria a mesa, tem um gravador? Para que ele não se canse, a gente grava uma vez e coloca a gravação quando ele for responder, ironizou o presidente da Comissão, Omar Aziz (PSD-AM).
O relator da Comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), chegou a afirmar para Bruno Trento que o seu silencio o incriminava visto a quantidade de dinheiro que a empresava havia movimentado.
Sempre que questionado sobre a sua relação comercial com Francisco Maximiano, apontado como o dono da Precisa, Trento apenas confirmou ter uma relação de amizade, sobre negócios, se calou.
"E o problema é que têm respostas que não o incrimina, são públicas", criticou Renan Calheiros.
Após o depoente se negar a explica por que a Bharat Biotech rompeu o contrato com a Precisa, o senador Omar Aziz pediu a palavra.
"Sr. Danilo Trento, eu tenho uma informação: a história diz que o ex-presidente, já falecido, teria se matado, o Getúlio Vargas. O senhor participou desse evento com Getúlio Vargas, na morte dele?", perguntou de forma irônica Aziz.
"Não", respondeu Danilo Trento.
"Então, como ele respondeu com um 'não' sobre ter participado na morte de Getúlio Vargas, toda a vez que ele responder ao senadores que ele vai permanecer em silêncio, nós entenderemos como um 'sim' e tiramos as nossas conclusões depois", declarou Aziz.