Um grupo de agentes da Polícia Federal (PF) do Distrito Federal (DF) tenta emplacar a tese de que os hackers que teriam invadido os celulares dos procuradores da Operação Lava Jato e do ex-juiz Sergio Moro, que resultou na Operação Spoofing, agiam a serviço do ex-ministro Antonio Palocci, que teria oferecido 300 mil reais em troca do acesso a informações que o favorecessem em processos.
A operação, nos moldes da Lava Jato, se baseia na delação do jovem de 19 anos, Luiz Henrique Molição, o mais novo dos seis indiciados pela PF na Operação Spoofing, e foi revelada através de documentos sigilosos obtidos por Glenn Greenwald, os repórteres Letícia Oliveira, Sofia Schurig e Victor Pougy e publicado na CartaCapital nesta quinta-feira (2).
Molição passou meses encarcerado e conquistou o benefício da prisão domiciliar logo após delatar os amigos e o “mandante petista”. Ele afirmou, em novembro de 2019, ter ouvido de Walter Delgatti Neto e Thiago Eliezer, apontados como chefes da “quadrilha”, que “as invasões tiveram início para obter material que pudesse beneficiar Antonio Palocci Filho em possível negociação de acordo de delação premiada que havia sido descartada pelo Ministério Público Federal e encontrava-se em negociação junto ao Departamento de Polícia Federal”.
Delgatti Neto confessou desde sempre ser o responsável pelo ataque e ter agido por conta própria, mas a PF insiste em procurar outro culpado. Além do que “ouviu dizer”, Molição apontou o que seria a conexão entre o ex-ministro petista e Delgatti: Luanna Costa, uma “sobrinha de Palocci” que mais tarde os investigadores da Spoofing descobriram não ter parentesco ou relações com o petista.
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