Câmara recua e reduz alíquota de imposto sobre lucros e dividendos

"Nós temos que tributar os tubarões, os magnatas", cobrou o deputado Afonso Florence (PT)

Foto: Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados
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A Câmara dos Deputados decidiu nesta quinta-feira (2) modificar o projeto das novas regras do Imposto Renda (PL 2337/21). A alíquota do Imposto de Renda retido na fonte dos lucros e dividendos - aprovado em 20% na quarta -, foi reduzida para 15% nesta quinta na Câmara.

Por 319 votos favoráveis e 140 contrários, o plenário aprovou um destaque do Republicanos para modificar o trecho. Apenas PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB e Rede foram contrários à mudança. Solidariedade, PSC, PROS e PTB liberaram as bancadas.

O próprio relator do projeto, deputado Celso Sabino (PSDB-PA), e o líder do governo Bolsonaro, Ricardo Barros (PP-PR), se opuseram à redução da alíquota. O centrão foi quem promoveu a modificação.

O deputado Afonso Florence (PT-BA), vice-líder do PT na Câmara, afirmou que o projeto é positivo por trazer a taxação de lucros e dividendos, mas criticou a redução no percentual destacando a discrepância para o que paga o trabalhador comum. O percentual de 20% foi proposto pelo próprio governo Bolsonaro.

Imposto nos "tubarões"

"Nós consideramos que não dá para ficar abrindo brechinha para o setor empresarial não pagar lucros e dividendos. O grande empresário paga só 15%, como pessoa física, em lucros e dividendos, e o trabalhador e a trabalhadora de 5.301 vai pagar 27,5%", afirmou.

"O projeto do Governo veio com 20% de tributação, menos que 27,5%, para o assalariado. E o que eles estão querendo fazer, mais uma vez, a serviço dos grandíssimos empresários, do super ricos, dos tubarões, dos magnatas? Querem reduzir a tributação para 15% somente. Não vamos cair na pressão dos tubarões da economia!", criticou o parlamentar.

A oposição chegou a tentar aumentar a alíquota para 25%, mas acabou derrotada. "Nós temos que tributar os tubarões, os magnatas. 25% para quem tem lucros distribuídos acima de 40 mil por mês", pregou Florence.

Com informações da Agência Câmara