O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI do Genocídio, disse durante entrevista o Programão da Fórum que a CPI não deve mais acabar na próxima semana. O relator Renan Calheiros (MDB-AL) havia manifestado interesse em apresentar relatório final na próxima sexta-feira (24).
"O caso do TrateCov era para nós o caso mais escandaloso de crime de lesa-humanidade que podíamos encontrar, aí veio para nós agora o caso da Prevent Sênior. Semana passada a gente estava dizendo que ia acabar a CPI dia 24... Por isso eu tenho dito: vamos parar de fazer conta, de aperreio. A gente vai acabar a CPI quando tiver que acabar a CPI", afirmou Randolfe à jornalista Cynara Menezes.
"Lembrando aquela frase, onde tem bambu tem flecha... Tem muito bambu e muita flecha pra soltar. Hoje saiu uma flecha: busca e apreensão na Precisa. E vamos ter intercorrências dessa flecha", completou.
O senador afirmou que uma figura essencial para ser ouvida na comissão é Danilo Trento, que estaria envolvido com Marconny Albernaz, que teve celular apreendido. Marconny é apontado como lobista da Precisa Medicamentos.
"O pior de Brasília se instalou no Ministério da Saúde. Marconny e Danilo Trento são arquétipos do governo Bolsonaro", afirmou o senador.
Questionado sobre Braga Netto, Randolfe disse que defende que o ministro da Defesa seja ouvido, mas que não há maioria para formalizar a convocação. "Sou a favor, acho necessário, mas quero dizer que não temos maioria de votos para convocá-lo", declarou.
Livro da CPI
Randolfe revelou ainda que está produzindo um livro junto ao senador Humberto Costa (PT-PE) sobre a comissão. "Vou dar um spoiler: eu e Humberto estamos escrevendo um livro sobre a CPI que pretendemos lançar entre abril e maio do ano que vem. Não tenho tido muito tempo para escrever, mas quando terminar a CPI vamos concluir esse serviço que temos que prestar à história", disse.