Parlamentares e líderes dos seis partidos que integram a bancada da Oposição na Câmara e outras três legendas favoráveis ao impeachment do presidente Jair Bolsonaro se reuniram nesta quarta-feira (15). No encontro, os partidos formaram um comitê que irá unificar ações em prol do impeachment do presidente.
PT, PDT, PSB, PSOL, PCdoB, Rede, PV, Cidadania e Solidariedade, que já haviam fechado questão pelo impeachment, decidiram dar mais um passo e criar um comitê para avançar com as articulações. Essa mobilização surge em resposta aos ataques antidemocráticos cometidos pelo presidente Jair Bolsonaro nos atos do 7 de setembro.
As legendas agora buscam a adesão de outros partidos de centro e centro-direita, como PSD, PSDB, MDB e DEM, além de movimentos sociais e artistas.
A primeira medida do comitê é a convocação conjunta de um grande ato Fora Bolsonaro no dia 2 de outubro, de manhã por todo o Brasil e à tarde em São Paulo. Governadores e prefeitos devem se juntar à mobilização que terá como pauta a defesa da Constituição, da vida e do meio ambiente e o combate à fome, inflação e desemprego. O dia 2 havia sido tirado pela Campanha Nacional Fora Bolsonaro, que reúne movimentos sociais e partidos de oposição, e agora conta com a adesão do comitê.
No dia 15 de novembro, data da Proclamação da República do Brasil, será realizado o ato seguinte. Um amplo na Câmara dos Deputados ainda está previsto.
Marcelo Freixo (PSB-RJ), líder da Minoria, celebrou a unidade e relacionou com as Diretas Já. “Precisamos ir para as ruas, o governo Bolsonaro é uma ameaça à democracia. É nesse sentido que vários líderes políticos, de diversos partidos, estão convocando para o ato do dia 2. O Diretas Já foi o movimento que garantiu a nossa democracia e que agora a gente precisa lutar para manter”, afirmou.
A deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidenta nacional do PT, também comemorou a união, celebrada no Dia Internacional da Democracia. "Só a união de forças políticas pode derrotar o golpismo, marcando o Dia Internacional da Democracia com quem defende as liberdades e a soberania popular", escreveu em seu perfil no Twitter.
O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, disse que o objetivo agora é "ampliar com todos que querem o impeachment". "A data do dia 2/10 já havia sido apontada pela campanha nacional Fora Bolsonaro, formada pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular. É, portanto, um gesto de generosidade desses partidos acolher o dia 2 como referência para uma primeira manifestação unificada. Bom começo!", destacou em tuíte.
"Além de partidos de oposição e movimentos sociais queremos fazer algo ainda mais amplo, com a presença de governadores, artistas, personalidades diversas. Sem sectarismos, sem antecipar debates eleitorais, sem hostilidades. Vamos avançar e vamos DERRUBAR Bolsonaro! Há esperança!", completou.
Além dos três, estiveram na reunião o líder da Oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ), os líderes dos partidos Bohn Gass (PT), Wolney Queiroz (PDT), Danilo Cabral (PSB), Talíria Petrone (PSOL), Renildo Calheiros (PCdoB) e Enrico Misasi (PV); e os presidentes dos partidos Carlos Lupi (PDT), Carlos Siqueira (PSB), Luciana Santos (PCdoB), Wesley Diógenes (Rede), Paulinho da Força (Solidariedade), Roberto Freire (Cidadania) e José Luiz Penna (PV).