A CPI da Covid tenta nesta quarta-feira, 15, mais uma vez, colher o depoimento do advogado Marconny Albernaz de Faria, suposto lobista da Precisa Medicamentos, empresa responsável por intermediar a compra da vacina indiana Covaxin junto ao Ministério da Saúde. Marconny deveria ter prestado depoimento no último dia 2, mas utilizou atestado médico para não comparecer.
Na ocasião, o atestado poderia ter sido cancelado pelo médico responsável, que, segundo informações da cúpula da CPI da Covid, manifestou essa intenção depois de ter notado, uma possível simulação por parte de Marconny. Mas nenhuma decisão foi tomada efetivamente e o advogado não compareceu.
Desta vez, a Justiça Federal em Brasília autorizou sua condução coercitiva em caso de não comparecimento.
A expectativa é de que, assim como ocorreu na terça-feira, 14, com o depoente Marcos Tolentino, advogado e suposto sócio oculto da FIB Bank que também havia faltado, mas compareceu após a Justiça ter autorizado sua condução coercitiva em caso de nova falta.
Assim, os senadores poderão perguntar sobre a possível atuação de Marconny como lobista da Precisa Medicamentos e mais informações sobre o contrato de R$ 1,6 bilhão que seria fechado com a pasta da Saúde para a compra da Covaxin.
O governo cancelou o contrato depois das denúncias de propina apontadas pela CPI.
"A CGU [Controladoria-Geral da União] aponta evidências de tentativa de interferência no processo de chamamento público para contratação direta de 12 milhões de testes de Covid-19", afirma o senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI.
Marconny também será questionado a respeito de sua participação na venda de testes contra a Covid-19 ao governo de Jair Bolsonaro. Investigações realizadas pelo Ministério Público Federal, compartilhadas com a CPI, apontam que Marconny teria encaminhado mensagens com explicações sobre o suposto processo irregular na compra dos testes.
Senadores de oposição e independentes também querem saber do lobista qual o seu envolvimento com o filho 04 do presidente, Jair Renan Bolsonaro. A comissão obteve documentos que mostram que Renan recebeu ajuda de Marconny para abrir sua empresa de eventos.