O deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), líder da Minoria na Câmara, defendeu que os ex-presidentes Lula (PT), Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), estejam juntos nos próximos atos contra o presidente Jair Bolsonaro.
A fala de Freixo se deu após reunião entre 9 partidos da oposição e centro em que foi criado um comitê pró-impeachment que vai unificar ações contra o chefe do Executivo.
"Seria muito importante. Eu acho que se a gente puder ter FHC, Ciro, Lula, PSDB, acho muito importante. E lá para a frente, na eleição, cada um vai estar em um lugar ou alguns vão estar mais próximos. Faz parte. Não é um processo eleitoral, é uma defesa para que a gente tenha eleição", disse o deputado.
Na reunião entre parlamentares, que contou com a presença de lideranças do PT, PDT, PSB, PSOL, PCdoB, Rede, PV, Cidadania e Solidariedade, ficou estabelecida a adesão de todas essas legendas às manifestações contra Bolsonaro marcadas para o dia 2 de outubro e 15 de novembro.
Os partidos se unirão à Campanha Nacional Fora Bolsonaro, que agrega movimentos populares e entidades da sociedade civil, para mobilizações conjuntas, que vêm após o ato esvaziado do Movimento Brasil Livre (MBL) no último dia 12 que contou com a presença de alguns representantes de segmentos de esquerda e centro-esquerda.
Ciro Gomes esteve presente no ato do MBL. Já o ex-presidente Lula, assim como representantes do PT, não compareceram, tendo em vista que a manifestação tinha com um dos motes "Nem Lula, nem Bolsonaro".
Uma possível união entre Lula, Ciro e outros "defensores da democracia" já havia sido defendida, nesta terça-feira (14), pelo deputado federal Alexandre Padilha.
“Politica é igual feijão, só cozinha na pressão. Só um movimento amplo, realmente comprometido com quem sempre lutou pela democracia no Brasil pode fazer a pressão necessária pra deslocar a base parlamentar cimentada pelo orçamento secreto de Bolsonaro”, afirmou o petista à Fórum.
Centro e direita pelo impeachment?
Os partidos de oposição e centro que se reuniram nesta quarta-feira pretendem, também trazer para o comitê pró-impeachment parlamentares de legendas como PSD, PSDB, MDB e DEM.
Alguns políticos dessas siglas já vêm manifestando apoio a uma interrupção do mandato de Bolsonaro. O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, por exemplo, anunciou na última semana a criação de uma comissão que será formada por Nelsinho Trad e Antonio Brito, líderes do partido no Senado e na Câmara, respectivamente, para analisar a possibilidade.
Já o governador de São Paulo, João Doria, que é um dos nomes que vão disputar as prévias do PSDB para ser o candidato da legenda à presidência em 2022, se manifestou favoravelmente ao impeachment, pela primeira vez, após os atos golpistas do dia 7 de setembro.
"Minha posição é pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Depois do que ouvi hoje ele claramente afronta a Constituição", afirmou na ocasião.